tag:blogger.com,1999:blog-70063114761102347402024-03-12T21:37:57.928-07:00Capim no Meio FioA insistência de ser verde onde era pra ser cinza. A dificuldade de estar entre o asfalto e a calçada. A determinação de sobreviver sem se adequar a tribos, tendências, conveniências e coletividades. Crônicas e reflexões sobre literatura, HQs, cinema, TV, música, viagens, folclore, esportes, cotidiano e contra-cultura em geral. Idéias de um escritor amador sob um olhar refém do azul turquesa de nosso mar, com o cérebro progressivamente degenerado pelo excesso de calor e a falta de opções ...André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.comBlogger40125tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-56495143166440024842013-09-16T13:00:00.002-07:002015-09-30T09:54:56.816-07:00Emancipe sua Mente<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-e_nGJ7DRYIw/UjcPwit62aI/AAAAAAAAAiI/6MrgPaEoHjo/s1600/Chap%C3%A9u+de+Guerreiro+-+C%C3%B3pia.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-e_nGJ7DRYIw/UjcPwit62aI/AAAAAAAAAiI/6MrgPaEoHjo/s320/Chap%C3%A9u+de+Guerreiro+-+C%C3%B3pia.JPG" width="213" /></a></div>
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Dezesseis de Setembro.</div>
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Em dias de Emancipação, celebremos aqueles que ainda lutam por nossas cores. Pelo vermelho do sangue do Guerreiro, que jorra pelas veias das fitas que balançam ao vento e refletem nos espelhos a identidade do ontem que ainda quer ser amanhã. Pelo branco encorpado da Chegança, que no vinco afiado do terno do marujo aprumado, nos abraça devagar e vai chamando pra o mar. Pelo azul desse mar que sussurrou certa vez num gracejo pra o céu: "Vamos ser um só azul nos beijando logo ali onde a vista acabar?"</div>
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Pelas cores do Boi que balança, na magia do apito e se curva, sem se rebaixar, diante da força do nobre cajado pedindo licença quando vai passar. Pelas cores da força do Maracatu. Na poesia, na dor e no amor do tambor, no estalo daquele agogô, no suor de uma marcação e nos calos da mão, abraçando aqueles gritam: "Eu não paro de sonhar! Não senhor! Paro não!". É a voz em defesa da arte que não pode falar.</div>
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Ter identidade não é se fechar para tudo. É ser visionário sem deixar de andar com o pé desnudo, pedindo que o calcanhar do juízo rache de tanto caminhar, somente para aprender quem de fato é você. É se permitir ser ingênuo e ainda ser sabido. É se valorizar sem tomar partido. É fatiar esse Estado como um tabuleiro de quebra-queixo e sentir quando a memória, meio assim de repente, quer de novo falhar. Pois não deixe falhar!!! Acenda com gosto a luz fraca desse candeeiro que a chama traz de volta as nossas três cores. Elas virão de novo com Diana, Mestra e Contra-Mestra. Voltam num passo macio, beijando o chão de sandálias e louvando no cantar a mensagem do pandeiro que sopra em nossos ouvidos: Quebre as correntes da mesmice! Somos ricos demais! Somos Alagoanos!!!</div>
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<i>Nota: Alagoas é o Estado com a maior diversificação em folguedos. Segundo os estudiosos do folclore, são vinte e nove folguedos e danças genuinamente alagoanas. Valorize seu Estado e descubra que a sombra do muro do vizinho é boa mas o nosso sol pode ser ainda melhor. Feliz Aniversário Alagoas!!!!</i></div>
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André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-48654034761720944692013-04-07T09:43:00.000-07:002015-09-30T07:05:31.700-07:00Quando a "!" Vazia e os "( )" Cheios se Encontraram<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-A14IrQU9_tc/UVSby1IxQ1I/AAAAAAAAAZ0/hKP-hl51SHI/s1600/casal+se+abra%C3%A7ando+na+praia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="229" src="http://4.bp.blogspot.com/-A14IrQU9_tc/UVSby1IxQ1I/AAAAAAAAAZ0/hKP-hl51SHI/s320/casal+se+abra%C3%A7ando+na+praia.jpg" width="320" /></a></div>
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De repente, numa daquelas noites quentes e abafadas em seu "apertamento", o <b>Parênteses </b>entediado com sua vida tão cheia de pausas e indecisões decidiu sair por aí. Naquele mesmo momento, do outro lado da cidade, <b>Exclamação </b>saíra há tempos de casa. Vivia intensamente milhares de sentimentos sem tempo sequer de digerí-los de forma adequada. Num mundo cheio de Interrogações, ninguém conseguia derrubar a linda e esfuziante Exclamação. Quando ela chegava com seus cabelos vermelhos, soltos ao vento e sorriso perfeito refletindo o luar, todos os parágrafos mal intencionados do mundo paravam de tomar suas cervejas para desejá-la. Já o Parênteses, totalmente fora de forma, lutava constantemente para não ser apagado no meio da prosa e sonhava até mesmo em ser usado um dia por uma bela e sonora poesia.<br />
<br />
Parênteses tinha muitos parentes (e amigos também) mas não se identificava muito com eles. Eram todos, em sua grande maioria, vírgulas complicadas e cheias de <a href="http://www.dicionarioinformal.com.br/pantim/" target="_blank"><b>pantim</b></a>. Ele estava cansado disso. Queria correr de olhos fechados sem medo de tropeçar, descer de cabeça pra baixo numa cachoeira de letras ou simplesmente tomar banho naquelas biqueiras numéricas que se formam dos telhados das casas quando chove torrencialmente. Exclamação tinha todas as frases do mundo a sua disposição. Não suportava o silêncio. Chorava muito quando ele vinha abraçá-la e por isso corria sempre de encontro ao desconhecido no intuito de esconder ou esquecer que precisava de um texto mais profundo em sua vida, já há algum tempo.<br />
<br />
Na praia. No meio da noite. Foi assim que eles se conheceram. Uma festa aberta rolava na areia (daquela que assovia quando pisamos) com DJs alternando reggae, música eletrônica e a devastadora swingueira que apedreja sem pena os corações. Tinham um amigo em comum. Hífen, muito famoso por ligar elementos compostos os apresentou. A sintonia foi automática. Deram um ao outro o que tinham de melhor. <b>Exclamação </b>ficou menos intensa mas muito mais cheia de vida e não se sentia mais vazia por dentro. <b>Parênteses </b>não estava mais cheio de preocupações e sua timidez nem parecia ter existido um dia tamanho era o seu charme e desembaraço. Conversaram com os olhos, se tocavam o tempo todo com palavras e as horas da noite, que antes passava mais lentamente que o fim de um TCC, voaram mais rápido que a leitura de um <i>folder</i>.<br />
<br />
Enfim nascia o sol mas nem precisava. Eles juntos tinham luz própria. Depois que se despediram, foram andando em direções opostas quando <b>Parênteses</b> lembrou que faltava algo. Voltou em sua direção e gritou para <b>Exclamação</b>, notando que ela já tinha virado também.<br />
- Esqueci de uma coisa. Disse ele, coçando a cabeça.<br />
- O quê? Respondeu ela já descalça, segurando as sandálias surradas numa das mãos.<br />
Ele nem precisou dizer nada. Abriu os braços com toda força porque todo Parênteses adora um abraço. E ela, como toda Exclamação, correu com toda a sua energia e paixão, pulando no vazio para se encontrar com seu corpo, dando aquele tipo de abraço que ninguém pode esquecer. No meio do beijo que iluminava ainda mais a manhã, curiosos passavam olhando e se perguntando: Será mesmo possível juntar Parênteses e Exclamação numa mesma frase?<br />
Vai saber ...<br />
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André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-58754227455282542422013-02-08T03:26:00.002-08:002013-02-08T06:16:59.676-08:00Pierrots, Colombinas e a Última Fuga<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-vER1kOQbF8Y/URPbXZOVXiI/AAAAAAAAAR4/4Iv4i96tmUU/s1600/colombina.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-vER1kOQbF8Y/URPbXZOVXiI/AAAAAAAAAR4/4Iv4i96tmUU/s320/colombina.jpg" width="240" /></a></div>
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Enquanto a quarta-feira limpava as cinzas do carnaval com seus primeiros raios de sol e todos ainda dormiam, um dos sobreviventes do naufrágio no mar de colchonetes espalhados pelo chão da casa, passara a noite em claro. Usando o mesmo traje que ostentara durante toda a folia, sua sunga preta já tatuada no corpo e de elástico também cansado, tomava mais um café da manhã: Pão seda com queijo prato e cerveja. Em companhia de sua romântica embriaguez, começou a lembrar como foi lindo seu carnaval, iniciado quatro dias atrás. As trocas contínuas de fluidos corpóreos, a cor das serpentinas e purpurinas voando pelos céus e as marchinhas e hits de verão que embalaram beijos de enormes, mas voláteis paixões.<br />
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Do outro lado do espelho, o mesmo dia trazia de volta a luz do universo daqueles que buscaram fugir, durante todo o tempo, da festa do povo. O aquecimento da bateria das escolas de samba lhes deram brotoejas no corpo e a situação das guitarras, tão nobre instrumento imortalizado pelos <a href="http://rollingstone.com.br/listas/os-100-maiores-guitarristas-de-todos-os-tempos/" target="_blank"><b>deuses do Rock</b></a>, quase lhes trouxe um mal irreparável. Vê-las escravizadas por bandas no embalo da malemolente coreografia da vez era mais doloroso que ouvir o cavaco chorar. Refugiaram-se assim como rebeldes, no escuro de salas de cinema, em acampamentos, trilhas ecológicas ou simplesmente em suas próprias casas, aguardando naquele carinhoso <b><i><a href="http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funciona-um-bunker" target="_blank">bunker</a></i>,</b> que o bombardeio acabasse.<br />
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O fato é que esse período não passa despercebido por nenhum de nós. É nossa última chance de fugir da realidade antes que o ano inicie, entre em forma e comece de fato a nos bater. Adiamos assim essa luta por mais quatro dias pra deixar de pensar em como vencê-la e apenas brincar de sonhar. Nessa realidade distorcida, Pierrots e Colombinas fogem para deixam uma vida comum para trás, vivendo emoções sem fronteiras, sem cobranças, sem jogos nem regras, esvaziados de culpa e cheios de vida. Para eles, o importante é saber, que não há nada pra saber além do que estão vivendo. Já para outros membros da corte, o desejo é que seja um período de paz, sossego e reflexão, mas também com gostinho de fuga, de tanto trabalho que está por vir. No fim de tudo,o que realmente almejamos é que no meio de tanta diversidade, seja onde for e com quem quer que seja, tenhamos sempre o melhor carnaval de todos.</div>
<br />André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-18501545411205873342013-01-30T02:38:00.001-08:002013-01-30T02:38:19.984-08:00A Palavra Intraduzível e o Sentimento Indecifrável<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-voWpCEYwEss/UQiLpRi0v6I/AAAAAAAAARo/4IoKQl2yCV8/s1600/Saudade.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="http://3.bp.blogspot.com/-voWpCEYwEss/UQiLpRi0v6I/AAAAAAAAARo/4IoKQl2yCV8/s320/Saudade.jpg" width="320" /></a></div>
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Quando o vôo rasante da Dama que esmaga corações nos perpassa, o efeito de sua presença junto à sombra de nossos pensamentos vem com a força devastadora de um vírus sem cura. Seu gosto sem tempero arde no céu da boca, sua calidez nos mareja os olhos e sua onipresença naquele momento bombeia mais forte o sangue que vai ao coração, dilatando sem piedade as veias das lembranças contidas, das memórias mais sagradas e dos sentimentos tão especiais que já não mais vivemos, nem podemos abraçar como antes.</div>
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Quando tão bela e cruel companhia segura nossa mão, ficamos simplesmente perdidos, fora do eixo e sem saber como lidar com tamanho poder. Tentamos inutilmente entender porque a sentimos tão forte e tão perto, se o que ela nos traz tão longe está agora, mesmo que ainda pulse com força em nossas entranhas. Arrependimentos pelo que não foi dito. Culpa pelo que não foi feito. Dor por algo que não se pode mais desfazer. Que se afastem os maus sentimentos e coloquemos na mesa o banquete das lembranças com gostos que nos fazem bem.</div>
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Saudade da inocência perdida. Daqueles que amamos e já foram ou da família distante. Dos amores, paixões e amizades que o destino uniu em momentos marcantes. Onde anda aquele sorriso que nos quebrava ao meio ou aquele olhar que nos matava aos poucos? Que falta faz dividir bobagens que só aquele alguém entendia. Como é forte a saudade de casa para os que estão fora. Sentimos saudade do que fomos e do que já vivemos. Dói, mas ao mesmo tempo é gostoso sentir. A saudade é a prova que construímos um castelo com tijolos de jóias encrustadas em nossas vidas. É nosso alicerce, a nossa trincheira. É a fortaleza que nunca vai cair, seja qual for a arma, seja qual for a força. Nesse 30 de janeiro, dia nacional da Saudade, estava com saudade de sentir saudade. Espero que vocês também.</div>
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<i>Nota: Uma pesquisa britânica com o apoio de mais de mil tradutores, gerou uma lista com as palavras mais difíceis de traduzir em todo mundo. A nossa "Saudade" , </i><i>léxico exclusivo das línguas Portuguesa e Galega</i><i>, ficou na sétima posição. Fica aqui homenagem do Capim, espaço tantas vezes marcado por ela.</i></div>
André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-5060198616502984762013-01-01T15:12:00.000-08:002013-01-05T15:58:33.300-08:00Mudando de Pele<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-GMZQb2hGlgs/UN-Dy6SmNZI/AAAAAAAAARI/mdl-pKqHnmA/s1600/botas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-GMZQb2hGlgs/UN-Dy6SmNZI/AAAAAAAAARI/mdl-pKqHnmA/s320/botas.jpg" width="240" /></a></div>
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Chega uma época em que algo especial acontece. De repente, o ar fica mais pesado, as folhas das amendoeiras já não mais balançam e os sinais de trânsito parecem não mudar de cor. Como de súbito, vidas cansadas e intoxicadas pelas tarefas do cotidiano precisam urgentemente abrir parenteses no longo e contínuo parágrafo de sua existência. Surge assim uma alternativa, transvestida em pegadas para outros lugares, que atravessam o mapa em busca de um refúgio. </div>
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Um refúgio de si mesmo é verdade, tudo em busca de uma outra forma de enxergar, de ouvir, de sentir e sobretudo de se conhecer. Ao viajar podemos tocar na face do desconhecido e chamá-lo para dançar, sem receio "dele" dizer não. Podemos sentir o céu com os olhos e beijar uma nova umidade que agora nos afaga a boca, como se fosse uma gota especial de orvalho reservada pra nós na floresta. Podemos ler o mundo sem escudos. Aqueles que usamos para nos proteger do mal, das pancadas que tanto machucam e nos revertem do avesso, mastigando e cuspindo de volta as entranhas da alma sem qualquer compaixão, só para ver se sabemos levantar depois de mais uma queda. Sim ... nós sabemos.</div>
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As mochilas, serão nossa armadura. Preenchidas por livros, documentos, passagens, roteiros e suprimentos para trilhar o caminho. Seja pela terra, pelo céu ou pelo mar, temos que ir. Simplesmente ir. Ir para depois voltar. Renovados, cheios de saudade e sentindo que somos cada vez mais capazes de nos reinventar, de continuar buscando e lutando sempre pelo que queremos ser. Isso mesmo Destino! Pode virar mais uma página e que a saga comece, mesmo que ainda não tenhamos uma pista sequer de onde isso vai nos levar. É com os pés na estrada, que desejo um feliz novo ano pra todos. Vamos viver ...</div>
André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-90749372464973658412012-12-02T11:26:00.000-08:002012-12-02T11:26:53.991-08:00Enquanto as luzes se acendem e o ano se apaga<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/-EkwKWqHNvRk/ULqTEUUr1wI/AAAAAAAAAQE/_ie-DGG3oco/s1600/lights_02.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-EkwKWqHNvRk/ULqTEUUr1wI/AAAAAAAAAQE/_ie-DGG3oco/s320/lights_02.jpg" width="320" /></a></div>
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Chegando o fim de mais <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio_gregoriano" target="_blank">365 dias Gregorianos</a></b>, o famoso vento de Novembro (mesmo bem mais sereno é verdade) ainda está entre nós, como se num ato de apoio ao vizinho Dezembro, ajudasse com o sopro dos mortos no apagar do que foi mais um ano. Apelando ainda mais para os nossos sentidos, junto com o vento chegam agora as luzes da terra de Jackie Chan. Luzes que se multiplicam em nossos olhos e como naquele <a href="http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&sqi=2&ved=0CCsQtwIwAA&url=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DRMcempYIpD4&ei=_Ke6UOjwIKm50QHE2IGQDw&usg=AFQjCNHZA6bOiM54lkrJTzSvgNwRov_K3w&cad=rja" target="_blank"><b>filme do Travolta</b></a>, refletem cores, formatos, tamanhos e sobretudo sentimentos. </div>
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Dentro de casa, piscam para o delírio daqueles, ainda na selvagem, irresponsável e irresistível faixa etária antes
da adolescência, quando pulam loucamente,
correm com seus buchos de fora, e até mesmo se concentram, ajudando na decoração
da época. Já do lado de fora, na noite de lua em formato de queijo do reino, iluminam casais vivendo como se o tempo parasse pra eles enquanto que bares e restaurantes regozijam-se de forma cintilante, cada vez mais lotados pelas festas de confraternização, que celebram a amizade, o amor e <a href="http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2012/11/23/mano-menezes-e-demitido-e-nao-comanda-mais-a-selecao-brasileira.htm" target="_blank"><b>a saída do Mano Menezes da Seleção</b></a>. E nos shoppings ou centro do comércio, hipnotizados por seu incessante brilho, todos soltos na buraqueira mergulham no crediário de mãos dadas, com o seu mais novo, enigmático e tão breve amigo: o 13º salário. Por fim, se não bastasse a luz, sob o famoso e imortal dedilhar da harpa natalina ou daquela música do John Lennon, que a Simone sempre <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=n7JMVEAjyfY" target="_blank">insiste em cantar todo fim de ano</a></b>, os presentes de amigo secreto são embalados tão intensamente que marejam os olhos dos vendedores temporários, na esperança de efetivação depois das festas. </div>
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É com a chegada desses dias, que o acender das luzes traz para muitos a sensação de que algo diferente pode ser feito. Que é tempo de perdoar, de pedir desculpas e de esquecer. É tempo de rir de graça de qualquer coisa, de não ter medo de fazer papel de bobo dizendo "Eu Te Amo" e lembrar daquele que pode estar precisando simplesmente de nossa presença ao lado. Mas deve ser tempo, principalmente, de tentar entender porquê não podemos simplesmente ser assim e sentir essas coisas o tempo todo.</div>
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<br /></div>
André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-24483484459527866812012-06-09T08:33:00.003-07:002015-09-30T07:32:55.262-07:00O Mundo Maravilhoso dos Instrumentos Invisíveis<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-SqiLRPqDwhI/T9FXMKhNmFI/AAAAAAAAAN4/pmKigImgkMo/s1600/music_air_guitar.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="319" src="http://4.bp.blogspot.com/-SqiLRPqDwhI/T9FXMKhNmFI/AAAAAAAAAN4/pmKigImgkMo/s320/music_air_guitar.jpg" width="320" /></a></div>
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Quando aquele silêncio surge dentro de nós parecendo não querer sair e a engrenagem que faz nosso mundo girar perde o rumo, vem aquela sensação de novo. Como se um beijo do impossível nos tocasse a boca, o coração aperta, as idéias desfocam e as câimbras, que vão das panturrilhas até as arestas da alma, sinalizam que a música mais uma vez, precisa nos salvar.</div>
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<br /></div>
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Subitamente, indo para o trabalho, em meio à sinfonia urbana dos carros, <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=f39aIUmvM14" target="_blank">baquetas invisíveis</a> </b>queimam nossas mãos atacando o volante, em resposta <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=L0bD4ts8eWY" target="_blank">às batidas</a></b> que saem das caixas de som. O acelerador e a embreagem viram pedais e as caras e bocas que tanto fazemos se camuflam pelo vidro fumê. De repente, a chave da ignição desliga a magia, anunciando o início de mais uma jornada diária. Aberturas de ordens de serviço, leitura de e-mails, elaboração de projetos, relatórios <i>nonsense</i>, reuniões pra marcar reuniões e outros recursos corporativos criados por seitas adeptas do<b> <a href="http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/ameaca-de-suicidio-coletivo-reabre-crise-na-foxconn" target="_blank">suicídio coletivo</a></b> surgem sempre pra nos entreter. Minutos, viram horas, horas viram dias e dias só não viram anos por conta de nosso amigo ... o fone de ouvido! Que nos transporta de novo para aquele mundo, ainda que de forma intermitente e mais contida.<br />
<br />
Ao fim do expediente já em casa, o vazio da sala pede mais uma dose e apertamos o <i>play</i>. Enquanto a guitarra imaginária <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=UaY7TwMBHuc" target="_blank">gentilmente chora</a> </b>por nós, poderosos <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=4AuxJH2Mj30" target="_blank">acordes</a></b> dilatam nossas veias, agitando cada neurônio quando se <a href="http://www.youtube.com/watch?v=DrGuVa-4BVE&feature=fvwrel" target="_blank"><b>aprende a voar</b></a>, voar pra bem longe. Bem longe ... nem sabemos ao certo onde é mas parece o melhor lugar do mundo pra fugir nessas horas. <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=FG1NrQYXjLU" target="_blank">Dançando sozinho</a></b> (<b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=x7fn4GFUf8U" target="_blank">o mais belo dos micos</a></b>), fazendo <b><i><a href="http://www.youtube.com/watch?v=xQN7A6Vl1H4" target="_blank">mosh </a></i></b>no sofá e até mesmo acertando na parede <a href="http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/interna/0,,OI3140451-EI8407,00.html" target="_blank"><b>aquela parte do cotovelo</b></a>, nada pode abalar esse transe. Acontece que o fim da canção, desgastada pelo modo <i>repeat, </i>e o cansaço do corpo pede para fecharmos o dia, torcendo por um amanhã melhor. Mas isso não livra de sua missão o surrado frasco de shampoo que insiste em não acabar. Na hora do banho e com o melhor dos microfones, o show não pode parar ...</div>
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</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-574704051826711352012-05-27T21:21:00.001-07:002012-05-28T17:09:01.105-07:00Coloridos, necessários e esquizofrênicos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-MBISYqyFeFo/T8Ka75GL1eI/AAAAAAAAANs/YHwenJErXRM/s1600/CARRINHO-SUPERMERCADO.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://3.bp.blogspot.com/-MBISYqyFeFo/T8Ka75GL1eI/AAAAAAAAANs/YHwenJErXRM/s320/CARRINHO-SUPERMERCADO.jpg" width="320" /></a></div>
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Os lentos e pesados passos após insones segundos na escada rolante, que hoje nem é mais escada (já que agora viraram exibidas esteiras de metal), nos colocam de novo à frente do mesmo quadro: a compacta e sofrida visão dos carrinhos que esperam. Esperam e sonham que alguém os escolha para mais um breve passeio. Passeio que os libertem, mesmo por minutos, de suas vidas. Tão paradas, vazias e sem sentido quanto conversa de elevador com o vizinho chato do prédio.<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
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Às vezes, até mesmo suas rodas, travando por falta de manutenção, estragam a parte mais feliz da jornada: o ato de fazer as curvas entre as seções, que se torna mais tenso que exame do Detran sem direção hidráulica. A ordem das prateleiras, aparentemente a mesma de sempre, é uma grande farsa. Na calada da noite, algum perverso agente de camisa pólo mudou de lugar justamente algo que precisamos e, no meio do trajeto, descobrimos que é necessário voltar. A já amassada lista de compras, o cupom das ofertas da semana e o panfleto da farmácia em anexo (que ainda iríamos hipocondriacamente visitar) são descartados. Não existe mais (se é que existiu algum dia) beleza nos corredores úmidos e coloridos. Acaba a paciência de desmascarar placas com falsas promoções e de ler com atenção os rótulos de cada um dos produtos, estrategicamente impressos em <span style="font-size: xx-small;">fontes minúsculas</span> por seus fabricantes. Jogamos tudo no carro para terminar o suplício o quanto antes pois já dói nosso peito e falta muito pouco para o sorvete e as polpas de fruta deixarem nosso mundo.</div>
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<br /></div>
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De forma cada vez mais cruel, os dilemas persistem e chega a hora da última das escolhas: A fila "rápida" e longa ou a bem pequena com só mais um condenado em nossa frente (cujas compras dão sempre problema na hora de passar o preço ou acaba a bobina do caixa na hora de gerar a nota). Dessa vez a escolha não fez diferença. Depois de horas de espera, desfile de cada item na esteira e embalagem nas sacolas, enquanto admiramos a desenvoltura da mulher dos patins, a central do cartão resolve ficar fora do ar no hora do pagamento. Outras tentivas em vão ... deixemos tudo pra trás. O carrinho, as compras e momentos da vida que não vão mais voltar. Pelo menos até semana que vem ... </div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-44737187887942594412012-03-18T11:06:00.001-07:002012-03-18T11:58:06.681-07:00Barba no Esmalte e Navalha na Garganta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-78gdg2HrbHo/T11lV9UF-dI/AAAAAAAAAMc/kr-YKggiQcY/s1600/barbearia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" src="http://2.bp.blogspot.com/-78gdg2HrbHo/T11lV9UF-dI/AAAAAAAAAMc/kr-YKggiQcY/s320/barbearia.jpg" width="320" /></a></div>Fios de cabelo se espalham pelo chão mal varrido do local decadente que já insiste por anos em não fechar as portas. As navalhas, tão desgastadas quanto a relação de <a href="http://esportes.r7.com/futebol/noticias/aldo-rebelo-diz-que-jerome-valcke-cancela-viagem-ao-brasil-mas-nao-confirma-troca-de-interlocutor-20120309.html" style="font-weight: bold;" target="_blank">Aldo Rebelo e Jerôme Valcke</a>, levam diariamente os poucos e fiéis clientes a minutos de extremo perigo enquanto toalhas em tom sépia combinam poeticamente com o mofo das paredes, vítimas de infiltrações mal resolvidas. Do lado de fora, o jogo do bicho recebe as apostas na banca improvisada ao som de fundo das intermitentes batidas do dominó sob os tabuleiros de madeira. Solo sagrado de épicos embates lúdicos que se arrastam por horas a fio na calçada ou praça logo ao lado. </div><br />
O cenário de abandono que retrata a iminente extinção das clássicas barbearias dos grandes centros urbanos, acaba trazendo um novo desafio para o homem contemporâneo: Encontrar um lugar agradável para cortar o cabelo. Tudo isso por conta da transformação de um ritual, ora prazeroso e singelamente carregado de testosterona, numa sessão de tortura psicológica mais intensa que tratamento de canal numa sexta-feira a tarde. Os salões, mesmo quando ditos 'Unisex' nos recebem agora de outra forma. A névoa da fumaça dos cabelos queimados atenua os olhares semi-cerrados de ódio das clientes em nossa direção, pois agora precisam proteger segredos e pensamentos com prendedores, papel laminado e outros acessórios dentro do alcance. As funcionárias, atônitas e desconfiadas, não sabem mais ao certo como se portar, já que boa parte dos assuntos agora parece mais tabu que comer <b><a href="http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/01/744654-manga+com+leite+e+tudo+que+tem+direito.html" target="_blank">manga com leite</a> </b>e a proprietária até se esforça, tentando com um sorriso amarelo, nos convencer que está tudo bem e seremos todos amigos (não para sempre como na música de formatura mas ao menos durante aquela hora). Mas tudo não passa de uma farsa que dura poucos minutos.<br />
<br />
Depois de vencida a barreira da entrada, tudo ainda pode piorar. Basta saber que ainda vamos ter que esperar nossa vez. O ar, mais pesado que as estantes de esmaltes em degradê, provoca tantos delírios que nos vemos forçados a cheirar revistas de celebridades num ato visceral de sobrevivência para aguentar mais tempo. Por fim, quando chega nossa hora, tudo é muito rápido (principalmente se já não for a primeira vez). Pouquíssimas palavras são trocadas. Tesouradas pra cá, tesouradas pra lá, uma aparada na nuca, nas costeletas e para fechar o serviço, umas duas ou três alisadas finais na cabeça como se nos dissessem com ternura: Parabéns ... você conseguiu mais uma vez. Assim, tiramos a bata, saímos orgulhosos, aliviados e pensando ... não seria a hora de começar a deixar o cabelo crescer mais um pouco?</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-18368089109093721892012-02-25T10:01:00.003-08:002012-02-28T13:15:56.748-08:00Por que amar Lisbeth Salander<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-1U2nN3hvVxU/T0VLIyPknvI/AAAAAAAAALk/g64mY74AgK8/s1600/cess_rooney_mara_05_v.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-1U2nN3hvVxU/T0VLIyPknvI/AAAAAAAAALk/g64mY74AgK8/s320/cess_rooney_mara_05_v.jpg" width="231" /></a></div><div style="text-align: justify;">Um dos grandes motivos da existência desse blog é o apreço pela arte de escrever, o dom de transformar idéias e reflexões em crônicas, poesias, contos e personagens marcantes. <b><a href="http://www.stieglarsson.com/" target="_blank">Karl Stig-Erland Larsson</a></b>, escritor e jornalista sueco, desde meados dos anos 90 <b><a href="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI129343-15220,00-NO+RASTRO+DE+LISBETH+SALANDER.html" target="_blank">vinha se entregando</a> </b>incansavelmente a essa missão quando um infarto fulminante o impossibilitou de desfrutar do estrondoso sucesso de sua obra póstuma: A trilogia Milleniun, que já virou filme em seu país de origem e agora aterriza nos cinemas do mundo graças ao magnífico David Fincher. Confesso que fui ao cinema inicialmente apenas por isso, sequer me preocupando em me informar um pouco mais. Eis que, para minha surpresa, deixo os 150 minutos de projeção bestificado por um enredo envolvente e inspiradíssimo, sob atmosfera da gélida e lúgubre Estocolmo e coroada por uma personagem densa, magistral e que já fez história.</div><div style="text-align: justify;"><br />
A silhueta magra e pequena de um languido e pálido corpo repleto de tatuagens e piercings é de uma expressividade tão absurda quanto a eloquência e profundidade dos olhos de Lisbeth Salander. Colocada numa instituição psiquiátrica aos 12 anos de idade após tentar incendiar o próprio pai (que espancava sua mãe constantemente), foi liberada anos depois sob a condição de tutela. A partir daí, teve que lidar com psicólogos pervertidos e estupradores enquanto se tornava uma investigadora secreta, sociopata e perita em computadores. Dizem <b><a href="http://blogs.estadao.com.br/patricia-campos-mello/lisbeth-salander-e-maior-fenomeno-a-sair/" target="_blank">algumas manchetes</a></b> que desde a era ABBA a Suécia não esteve tão em foco e pode-se dizer que tudo isso se dá pelo carisma da personagem. Contribuindo ainda mais com o fenômeno, o fato de seu criador não estar mais vivo faz com que várias teorias e rótulos caiam sobre a mesma constantemente: ícone feminista do 3° milênio, guerreira gótica do mundo hacker e várias outras bandeiras que muitos adoram levantar em seu nome.<br />
<br />
Muitos críticos <b><a href="http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/02/por-que-amamos-tanto-lisbeth-salander.html" target="_blank">amam a personagem</a></b> e outros afirmam que ela não representa <b><a href="http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2011/12/lisbeth-salander-heroina-pra-quem.html" target="_blank">coisa alguma</a></b>. Não se pode afirmar quem está com a razão mas a minha escolha de amar Lisbeth Salander se dá pelo mesmo motivo de meu amor por <b><a href="http://veja.abril.com.br/060202/p_104.html" target="_blank">Amelie Poulain</a>,</b> pela Berlin preta e branca de <b><a href="http://www.cenasdecinema.com/2011/09/win-wenders-imagens-que-obedecem.html" target="_blank">Win Wenders</a></b> ou a Espanha colorida (mesmo que <b><a href="http://entretenimento.r7.com/cinema/noticias/menos-colorido-almodovar-conta-uma-sombria-historia-de-amor-20111104.html" target="_blank">às vezes sombria</a></b>) de Almodovar. Por poder viajar pela onírica Itália de <b><a href="http://listasde10.blogspot.com/2009/09/10-filmes-de-fellini.html" target="_blank">Felini</a>,</b> a China mambembe de Jackie Chan ou, ainda mais longe, para os mágicos mundos de Tolkien, <b><a href="http://timburton.com/" target="_blank">Tim Burton</a> </b>e tantos outros gênios. Amo Lisbeth Salander por ela me fazer lembrar de quantas coisas fabulosas ainda se escondem de nós, muitas vezes logo ao nosso lado, já em outras separadas por oceanos até. Hoje, temos as ferramentas. Além do cinema, a Internet pode sempre nos ensinar a não nos conformarmos com hambúrguer todos os dias, ainda que as mesmas canções nunca deixem de tocar nas rádios.</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-68319156175344450272011-12-19T15:18:00.000-08:002012-12-02T04:49:38.102-08:00Doutor Sócrates e o Infinito<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-L0NOj_Klgkg/Tu-weVc88ZI/AAAAAAAAALE/6LJK2NNGqE4/s1600/doutor.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-L0NOj_Klgkg/Tu-weVc88ZI/AAAAAAAAALE/6LJK2NNGqE4/s320/doutor.jpg" width="222" /></a></div>
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Quando a camisa 8 entrava em campo, o gramado virava tapete para o desfile de um dos jogadores mais fabulosos que o mundo já viu jogar. Espetacular dentro das quatro linhas e revolucionário fora delas. Na liderança de idéias visionárias para a gestão esportiva da época, fundou a sua própria democracia e de seus companheiros. </div>
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Na companhia rebelde de Casagrande e suas fulminantes investidas ao gol, de Biro-Biro e suas vigorosas arrancadas de meia arriada, da elegância jazzística de Vladimir e das milimétricas viradas de jogo de Zenon. De tantos talentos que reverenciavam à maestria de um gênio. Um gênio de passadas largas e trote medieval, passes precisos e calcanhar cirúrgico, gols fabulosos e comemorações de punhos cerrados como os<a href="http://galaxiablack.blogspot.com/2009/01/histria-dos-panteras-negras.html" target="_blank"> <b>Panteras Negras</b></a>.</div>
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<br /></div>
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Com o manto Canarinho em 82, formou com Zico, Falcão, Cerezo, Júnior, Éder, Leandro e tantos outros artistas da bola, <a href="http://www.memoriafutebol.com.br/blog/selecao-brasileira-de-1982" target="_blank"><b>o melhor escrete de futebol</b></a> que já vi desfilar pelos gramados do mundo. Comandados pelo Mestre Telê levaram todo o país às lágrimas, provando que esporte pode estar muito perto da arte, quando executado por imortais. O fato é que <b>Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira</b> poderia receber esse título.</div>
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Quis o destino que, quando saiu do país, fosse para a Fiorentina. Time da cidade de Florença, berço do <a href="http://www.infoescola.com/artes/renascimento-italiano/" target="_blank"><b>Renascentismo Italiano</b></a>. Mas a terra de Dante Alighieri e cenário de obras de Michelangelo, da Vinci, Botticelli, Rafael e Donatello não foi futebolisticamente digna de seu talento e logo voltou ao país, para anos depois se aposentar e cair nas armadilhas inebriantes que levaram ao seu fim. Quando deitamos o número 8, surge o símbolo do infinito. Com a última queda do Doutor Sócrates, eternizasse a imagem de um homem que fez história e em tempos onde o futebol é cada vez mais marketing do que talento, parece que foi embora um pedaço de nós. Um daqueles pedaços bons.</div>
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<i>Obs: Mesmo tantos dias depois de seu falecimento, não poderia fazer o Capim retornar sem prestar essa singela homenagem a um dos meus ídolos de infância, mesmo não sendo corintiano. Fica em paz Doutor.</i></div>
André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-77754358405236937152011-10-26T14:33:00.000-07:002011-10-27T06:47:37.305-07:00O Cheiro do Toque na Orelha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-NYtXswihDXU/TqNwHD1IkTI/AAAAAAAAAKU/dt7q35vVBfo/s1600/livro-velho.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="223" src="http://4.bp.blogspot.com/-NYtXswihDXU/TqNwHD1IkTI/AAAAAAAAAKU/dt7q35vVBfo/s320/livro-velho.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">O primeiro contato é normalmente bem superficial ... despretensioso até mesmo. Às vezes, baseando-se apenas nas aparências, a atração começa pelas capas. Coloridas, ousadas e criativas como os <a href="http://anosloucos.blogspot.com/2010/01/pablo-picasso.html" style="font-weight: bold;" target="_blank">anos loucos dos gênios</a> ou monocromáticas e minimalistas como o <b><a href="http://www.revistaogrito.com/page/blog/2008/05/19/maio-de-68-album-branco-dos-beatles/" target="_blank">Álbum Branco</a></b>, compensando a ausência de pigmentos pela profundidade de seu conteúdo.<br />
<br />
Mas quem vê capa não vê coração. Corações de tantos personagens inseridos em obras nas mais variadas proporções. Desde as pequenas com grandes histórias que cabem no bolso até as maiores que insistentemente não se encaixam nas prateleiras, sempre à procura de novas companhias. Ora magérrimos e elegantes, bulimicamente despejando palavras em nossas mentes, ora grossos e densos encantando gerações com o peso de épicos apaixonantes ou romances apaixonados.<br />
<br />
De repente, a era moderna os coloca em xeque, <b><a href="http://super.abril.com.br/tecnologia/fim-livro-papel-543161.shtml" target="_blank">sugerindo seu fim</a></b>. De um lado, o prazer <b><a href="http://capimnomeiofio.blogspot.com/2011/07/dando-outro-sentido-aos-sentidos.html" target="_blank">sensitivo</a> </b>de descobrir seus segredos no dobrar das orelhas, no sustentar do peso das páginas ou cheirando a fragrância de cada palavra grafada no branco fosco das folhas. De outro, o dilema de suas versões digitais: Destruir ou coexistir com seus antecessores? Procurando cumprir a promessa de democratizar o acesso ao conhecimento, podem revolucionar a <b><a href="http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/os-livros-digitais-mudarao-nosso-cerebro" target="_blank">forma de pensar</a></b> das <b><a href="http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/uma-questao-que-vai-perseguir-os-pais-dar-um-montanha-de-livros-ou-um-tablet-a-seus-filhos" target="_blank">novas gerações</a>, </b>mas<b> </b>a ciência ainda busca seu formato ideal. Versáteis como o escrete de <b><a href="http://duplaesportiva.blogspot.com/2009/05/historica-holanda-de-rinus-michels-1974.html" target="_blank">Rinus Michels</a></b>, portáteis, mágicos e sedutores mas ainda incompatíveis com o saldo de tantas contas bancárias e cruéis inimigos de nossas retinas.<br />
<br />
Será mesmo o destino? Depois dos escritos nas pedras, das tábuas de argila, do papiro e da revolução de <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Gutenberg" target="_blank">Gutemberg</a>, </b>serão eles convertidos para 0s e 1s na Grande Rede? <b><a href="http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5378184-EI8266,00-Com+tablets+emprestimo+de+livros+virtuais+e+desafio+para+bibliotecas.html" target="_blank">Bibliotecas mudarão para as nuvens?</a> </b>Estantes se tornarão diretórios? Números e estatísticas <b><a href="http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/05/amazon-diz-que-venda-de-livros-digitais-ultrapassa-os-de-papel.html" target="_blank">apontam que sim</a></b>, testemunhos de peso <b><a href="http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,eletronicos-duram-10-anos-livros-5-seculos-diz-umberto-eco,523700,0.htm" target="_blank">apostam que não</a></b>. No mês do <span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;"><a href="http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/texto.asp?id=557" style="font-weight: bold;" target="_blank">Dia nacional do livro</a>, </span>deixamos a dúvida mas prestamos nossa homenagem à sua missão, ainda mais grandiosa que sua forma: engrandecer nossas mentes, encantar nossas vidas.<br />
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</i><br />
<i>Nota: Aproveitemos o ensejo da data comemorativa e vamos para <b><a href="http://www.edufal.com.br/bienal2011/" target="_blank">festa de aniversário</a></b>. :)</i><br />
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<i><br />
</i></div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-28650867287477460862011-10-14T17:01:00.000-07:002011-10-15T16:18:18.616-07:00Esculpindo em Espelhos<div class="" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-OnG6S_xZeZ8/TpDAVX0lb4I/AAAAAAAAAKI/61sCb0pmq9E/s1600/quadro+negro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-OnG6S_xZeZ8/TpDAVX0lb4I/AAAAAAAAAKI/61sCb0pmq9E/s1600/quadro+negro.jpg" /></a><br />
Um latejante princípio de dor de cabeça se antecipa em segundos ao impiedoso ataque sonoro da cigarra disparado pelo assistente de apoio ao ensino. Músculos cansados e reflexos descalibrados pela extenuante jornada de trabalho, já em seu segundo semestre de mais um ano letivo, parecem que dessa vez não irão responder, como em tempos atrás. Ledo engano ... O levantar e juntar dos materiais de trabalho ora espalhados pela velha mesa com marcas de caligrafia faz com que suas forças se manifestem mais uma vez quando o dever os chama.<br />
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Suas saídas rumo à sala de aula trazem o ar que faltava para completar a simbiose. Pessoas aparentemente comuns, como outras quaisquer, transvestem-se em arautos da mais nobre das artes. Pegadas, diferentes das demais, traçam velhos caminhos em corredores apertados, barulhentos e de tantas cores quanto <b><a href="http://www.cinepop.com.br/cinetop/10filmesdeamodovar.htm" target="_blank">os filmes de Almodóvar</a>, </b>gerando vibrações que se misturam a olhares revestidos dos mais variados sentidos em suas direções: Admiração por seus conhecimentos, paixão pela forte presença de espírito, entusiamo por sua eloquência, gratidão pelos incentivos e tantos outros sentimentos que se dispersam pelo mar de semblantes na multidão.<br />
<br />
Segurados ao lado do corpo, livros são seus escudos e pincéis atômicos seus <b><a href="http://eletronicos.hsw.uol.com.br/sabres-de-luz.htm" target="_blank">sabres de luz</a>. </b>Armas de defesa<b> </b>no eterno combate do saber contra um cenário de escuridão cada vez mais assombroso e já observado <b><a href="http://capimnomeiofio.blogspot.com/2011/10/letras-na-escuridao.html" target="_blank">aqui mesmo</a> </b>em posts anteriores. Seus encontros com os quadros, antes negros ou verdes com marcas de giz, agora refletem como espelhos num branco brilhante, a imagem de seus conhecimentos usados como matéria-prima para lapidar novos profissionais e esculpir novas carreiras que serão embasadas por <b><a href="http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/taylor-fayol-e-ford/36825/" target="_blank">Fayol, Taylor e Ford</a></b>, Hipócrates, Newton, <b><a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/aristoteles.jhtm" target="_blank">Aristóteles</a></b>, <b><a href="http://www.turing.org.uk/turing/" target="_blank">Turing</a></b>, <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget" target="_blank">Jean Piaget</a> </b>e tantos outros nomes de uma lista tão extensa quanto as notas, presenças e diários de aula aguardando cadastro no sistema acadêmico. Universidades, faculdades, cursinhos pré-vestibular, escolas de nível médio e fundamental, aulas para concurso ou de reforço, que antropofagicamente são consumidas por alunos, dispersos em turmas pequenas ou compactamente unidas pela microfonia em auditórios lotados. Talvez nem saibam eles, são metade do combustível nesse <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mutualismo_(biologia)">mutualismo</a> </b>tão cheio de dualidades que acaba servindo de principal elemento motivador para guerreiros silenciosos na busca de um mundo melhor, com pessoas melhores, pessoas com educação. De repente, um novo aviso sonoro varre os corredores, agora já vazios, cujas luzes gradualmente vão se apagando ao som do molho de chaves e trancar das portas. Começamos de novo amanhã ...<br />
<br />
<i>Essa foi a homenagem do Capim no Meio Fio à mais bela das profissões.</i><br />
<i>Um Feliz 15 de Outubro.</i><i> Dia dos Professores.</i></div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-40880559651693121972011-10-02T18:49:00.000-07:002011-10-04T03:17:25.565-07:00Letras na Escuridão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-1s51y5mPC7g/ToiuuaTQOwI/AAAAAAAAAJ0/dBikLRT_Je0/s1600/sebo-6.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="http://4.bp.blogspot.com/-1s51y5mPC7g/ToiuuaTQOwI/AAAAAAAAAJ0/dBikLRT_Je0/s320/sebo-6.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Páginas que agonizam e quase não mais respiram. Há tempos fechadas, sem luz, sem calor ou qualquer tipo de interação, excetuando-se apenas as esporádicas arrumações de prateleira. O paradoxo da alegria e diversidade das capas, de tantas cores e texturas, mas tristemente dispostas no retangular universo das frias e abandonadas estantes, populadas apenas pelos invisíveis moradores que catalizam renite alérgica. A descrição é da rotina dos livros, revistas e enciclopédias que passam o resto de seus dias nos poucos "sebos" ainda espalhados pelas cidades brasileiras mas bem que poderia ser usada para retratar a atrofia mental de um país e o delinear de um cenário que se multiplica cada vez mais, sobretudo nas regiões mais pobres e desprovidas de educação: O distanciamento gradual do hábito da leitura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É bem verdade que existem exemplos que <b><a href="http://tudosobreleitura.blogspot.com/2011/05/uma-geracao-descobre-o-prazer-de-ler.html" target="_blank">mostram o contrário</a></b>, tanto de forma aparentemente isolada, mas rapidamente multiplicada pela capilaridade dos blogs e redes sociais, como também em eventos maravilhosos mas <b><a href="http://www.flip.org.br/" target="_blank">elitizados demais</a> </b>e/ou <b><a href="http://www.bienaldolivro.com.br/" target="_blank">muito distantes</a> </b>(em vários aspectos)<b> </b>do povo em geral. O abismo intelectual que separa uma minoria do país de sua grande maioria com <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Analfabetismo_funcional" target="_blank">diferentes graus de analfabetismo</a></b> é de uma profundidade absurda . E o que ainda é pior: Esse "privilégio" não é apenas daqueles na linha da pobreza. Quantos que tem, tiveram ou terão acesso a uma boa educação não estão nada interessados nessa oportunidade?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A analogia da vida em câmera lenta nos alfarrábios com a estagnação literária que assola tantas gerações não foi usada por acaso nesse BLOG. É de uma assustadora coincidência que a localização dos principais pontos de venda de livros e revistas usadas da cidade fique justamente <b><a href="http://www.flickr.com/photos/marceloalbuquerque/3272280656/" target="_blank">nas costas da Assembléia Legislativa do Estado</a>, </b>um local que aqui carinhosamente chamamos de "Paredão". Podemos chamar de cruel ironia mas a luta desses microempresários para continuar seu ofício é tão isolada quanto a importância dada pelos "representantes do povo" à <b><a href="http://g1.globo.com/ceara/noticia/2011/09/fui-atingido-por-um-cassetete-diz-professor-ferido-na-assembleia-do-ce.html" target="_blank">educação do país</a> </b>e o conteúdo das revistas e dvds pornográficos, campeões de vendas nos sebos dos subúrbios brasileiros é tão explícito quanto nossos sentimentos de impotência numa nação cada vez mais refém da política do Pão & Circo. O que fazer? Para onde ir e em qual direção? Continuemos ao menos fugindo do escuro ... e que os livros sejam nosso farol.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Nesse mês, apesar de não gostar de anunciar assuntos de textos futuros para não gerar um compromisso, a idéia é que o Capim faça homagens à leitura e a educação, uma vez que outubro é o mês do livro e dos professores. </i></div><div style="text-align: justify;"><i>Até a próxima então! :)</i></div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-34015742354648959242011-09-24T22:59:00.000-07:002011-09-25T07:32:02.234-07:00Movimento Rápido dos Olhos<a href="http://3.bp.blogspot.com/-q_twE1vO72s/Tn6kabrxCPI/AAAAAAAAAJw/FOIC2F1-AuQ/s1600/REM_Nov1981_Grebe069.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://3.bp.blogspot.com/-q_twE1vO72s/Tn6kabrxCPI/AAAAAAAAAJw/FOIC2F1-AuQ/s320/REM_Nov1981_Grebe069.jpg" width="320" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">R.E.M.</div><div style="text-align: justify;">Rapid Eye Movement.</div><div style="text-align: justify;">Movimento Rápido do Olhos.<br />
A sigla, que representa a <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/REM_(sono)" target="_blank">fase mais profunda de nosso sono</a>, </b>quando estamos sonhando de forma mais intensa possível, foi escolhida no início dos saudosos e brilhantes anos 80 para batizar a banda que, alguns dias atrás <b><a href="http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/r-e-m-30-anuncia-o-fim-da-banda" target="_blank">anunciou o fim</a></b> de suas atividades, depois de um contribuição significativa e inesquecível ao pop/rock mundial. A escolha do nome não poderia ter sido mais perfeita, uma vez que é justamente assim que muita gente se sentiu durante todos esses anos escutando as estupendas canções dos talentosíssimos quatro (e depois três com a saída do baterista Bill Berry no fim dos anos 90) músicos Norte Americanos de Athens, Georgia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É verdade que a banda não termina no seu apogeu criativo. Para mim, apesar de uma lista interminável de clássicos do rock alternativo nos anos 80 e de belíssimos hits produzidos nos últimos dez anos, suas obras-primas ficaram na década de 90, justamente o período que assinaram com uma grande gravadora e se tornaram mais comerciais, para alguns de seus fãs mais antigos. Quem já escutou o som acústico e divino de <i>Automatic for the People</i> (1992), as guitarras distorcidas de <i>Monster</i> (1994), a microfonia de <i>New Adventures in Hi-fi </i>(1996) e a doçura das baladas e letras de <i>Up </i>(1998) deve saber do que estou falando. E olhem que excluí dessa minha lista o trabalho que fez eles famosos para o mundo, lançado justamente nos anos 90. <i>Out of Time</i> (1991) com sua maravilhosa canção, <i>Losing My Religion</i>, de premiado videoclip que abalou o universo pop e os alçou de um status de banda alternativa para rockstars em poucos meses não os impediu de conservar, durante todos esses anos, uma característica interessante e muito típica do R.E.M. Eles sempre serão a banda que conseguia ser alternativa demais para o mundo POP e excessivamente popular para o universo underground. Além disso, sempre foram os caras fotogenicamente incompatíveis com os desejos de boa parte da mídia, frustrando a construção de um caminho de marketing que nunca combinou mesmo com eles. Por fim, diante de tamanha dualidade (que passou a ser até mais um motivo para me identificar tanto com o trabalho do conjunto, vide <a href="http://www.blogger.com/profile/15432752769401863990" target="_blank"><b>minha auto-descrição</b></a> nesse BLOG) e talento, construiu-se a história do REM. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O fim tinha que chegar ... e chegou.</div><div style="text-align: justify;">Mas é o fim apenas da banda. O fim dos belíssimos backing vocals de Mike mills, dos precisos e inspirados acordes de Peter buck e da estupenda presença de palco, liderança e vocais de Michael Stipe, que tive o privilégio inclusive, de um dia ter visto ao vivo em sua <b><a href="http://proximoshow.com.br/o-rem-de-volta-ao-brasil-em-poa-rio-e-sampa-em-novembro/" target="_blank">última turnê que passou pela Brasil</a></b>.</div><div style="text-align: justify;">Porém, não é o fim do <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Discografia_de_R.E.M." target="_blank">legado</a></b> que eles deixaram, tanto para seus fãs como para tantas outras bandas influenciadas pelo REM. Ainda podemos contar com <i><a target="_blank" href="http://www.youtube.com/watch?v=UnwHdNLC88U&feature=related">Fall on me</a>, <a target="_blank" href="http://www.youtube.com/watch?v=ijZRCIrTgQc&ob=av3e">Everybody hurts</a>, <a target="_blank" href="http://www.youtube.com/watch?v=zEBIKRMhts4">Drive</a>, <a href="http://www.youtube.com/watch?v=jeZoGvAS2ls">Find the river</a>, <a target="_blank" href="http://www.youtube.com/watch?v=gG04KM3PBnc">Leave</a>, <a target="_blank" href="http://www.youtube.com/watch?v=CSEXseDvqE8">The one i love</a>, <a target="_blank" href="http://www.youtube.com/watch?v=UIXs66BPooY&ob=av2e">At my most beatiful</a>, <a target="_blank" href="http://www.youtube.com/watch?v=Z0GFRcFm-aY&feature=related">It´s the end of the world</a></i> e tantas outras doses de magia.</div><div style="text-align: justify;">Basta apertar o play ... e seguir sonhando</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-88059121158225386062011-09-18T17:38:00.000-07:002011-09-19T11:10:14.292-07:00Figuras de Nosso Estado #6<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ZYK_5aK6ZUM/TnZcEvt5mWI/AAAAAAAAAJo/-ORAKQSaVvo/s1600/Lobao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-ZYK_5aK6ZUM/TnZcEvt5mWI/AAAAAAAAAJo/-ORAKQSaVvo/s320/Lobao.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">A série que parece nunca ter fim está de volta depois de um hiato de algumas semanas preenchidas por <i>posts </i>sobre outros assuntos, já que o Capim também cresce em outras direções. Para aqueles que moram no bairro da Ponta Grossa, subúrbio de Maceió, não é muita novidade ler algo sobre Lobão. Só que não estou me referindo ao cantor/apresentador e agora também escritor de uma <b><a target="_blank" href="http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/12/em-livro-elegante-lobao-relata-uso-de-drogas-e-briga-com-herbert-vianna.html">autobiografia</a> </b>que já virou <b><a target="_blank" href="http://portalrockline.com.br/lobao-comemora-com-show-os-100-mil-exemplares-de-seu-livro">Bestseller</a>. </b>No entanto, além de se parecer fisicamente com o artista carioca, Anivaldo Luiz da Silva, também pode ser considerado um profissional muito polêmico nas atividades que exerce, uma vez que podemos classificá-lo como um <i>performer</i> empreendedor multimídia e não se assustem com o excesso de termos pois é uma tarefa bem difícil adjetivar seus trabalhos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Lobão é o fundador da Morango Filmes, uma produtora alagoana de filmes pornográficos amadores que já disponibilizou no mercado informal, várias obras de títulos impagáveis (muito regionalistas e que divulgam vários bairros da cidade) mas impublicáveis para esse espaço e que podem ter seus trailers encontrados (para aqueles com uma maior curiosidade antropológica) com muita facilidade na web. Os filmes da Morango não dispõe de muita verba para produção e Lobão conta com um <i>cast </i>de amigos e/ou garotas de programa (digamos, eufemisticamente, de agenda não muito cheia) recrutado, dirigido e filmado por ele mesmo com uma câmera amadora que "eterniza" cenas que, quando posteriormente editadas, são postas para venda por ele mesmo em tablados improvisados na famosa feira Guedes Miranda ou na <b><a target="_blank" href="http://tudonahora.uol.com.br/noticia/cultura/2008/08/09/25765/lobao-lanca-novo-filme-erotico-e-produz-shows-de-rock">clássica praça Deodoro</a></b>, no centro da cidade. As vendas de seus filmes, que segundo ele (que leva seu trabalho muito a sério) só não são mais rentáveis por falta de mais recursos financeiros, serve ainda para manter ativo o funcionamento de sua outra empreitada: A posição de líder e vocalista da já lendária banda de brega-rock alternativo <b><a target="_blank" href="http://letras.terra.com.br/banda-cheiro-de-calcinha/">Cheiro de Calcinha</a></b>. Não é a toa que, ao comprar os DVDs da Morango, o cliente ainda leva de bônus os clipes da banda cujo trabalho já apareceu inclusive no quadro <b><a target="_blank" href="http://www.tempomoderno.net/2009/05/cheiro-de-calcinha-no-faustao.html">"Garagem"</a></b> do programa do Faustão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Além de sua incursão nos extremos das <b><a target="_blank" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Numera%C3%A7%C3%A3o_das_artes">sete artes</a></b>, Lobão também se aventurou no meio político, concorrendo pelo PSB a <b><a target="_blank" href="http://claytonproducoes.blogspot.com/2011/01/cantor-produz-filmes-pornos-em-alagoas.html">vereador de Maceió</a></b> e conseguindo uma expressiva votação com mais de dois mil votos, que deixou para trás muitos nomes famosos na cena política da cidade. Resposta comum em uma país que acredita cada vez menos na administração pública e tenta se manifestar através de votos de protesto. Ainda assim, foi muito bom Lobão não ter ganho. Ganharíamos mais um político despreparado para perder uma figura que merece um outro destino nesse palco que é a vida. Uso assim das palavras do próprio Lobão em tom profético para encerrar o post e prometer outras figuras em breve:<br />
<i>“Nasci para ser artista e homem do mundo do entretenimento, não vou desistir de jeito nenhum. Ainda irão ouvir falar muito de mim”</i></div><div style="text-align: justify;">Acrescento ainda, para os leitores mais novos do Capim, o convite para visitar os outros cinco personagens da série.<br />
Até a próxima. :)</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-46433809667095842972011-09-15T16:22:00.000-07:002011-09-17T11:36:02.970-07:00Males Crônicos Urbanos #1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-xvarFP72Jhk/TnIpOgztA6I/AAAAAAAAAJg/vOIfTTf3vTY/s1600/Compras+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-xvarFP72Jhk/TnIpOgztA6I/AAAAAAAAAJg/vOIfTTf3vTY/s320/Compras+1.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Ontem foi comemorado o dia do cliente. Como todos os dias acabamos vivendo esse papel, mesmo que às vezes involuntariamente, é interessante parar para refletir o caminho que a sociedade está tomando no que se diz respeito ao assunto, já que essa é apenas mais uma data comemorativa disfarçada para incentivar algo muito maior.</div><div style="text-align: justify;">Desde a geração de cupons de oferta de necessidades não tão necessárias dispostas nos sites de compras coletivas, passando pelos devaneios hipocondríacos dos amantes leitores de folhetos promocionais das farmácias até a farsa das pseudogrifes nas vitrines que vendem muito mais um status do que um produto, vários são os retratos que simbolizam um dos males crônicos mais presentes do mundo contemporâneo: O consumismo desenfreado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O locutor raquítico de blusa pólo monocromática com sovacos molhados anuncia no supermercado, por meio de sua voz paradoxalmente aveludada, uma nova oferta relâmpago. Um silêncio de segundos ... todos ouvem atônitos a novidade e a resposta corporal é mais rápida que os reflexos de <b><a href="http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?id=1165769" target="_blank">Usain Bolt</a></b>. Vamos correr! Está em promoção! É preciso comprar antes que acabe e em casa é que vemos se vai servir. Em outro habitat, não menos hostil, senhoras de meia idade se estapeiam nos grandes varejos de moda têxtil e fazem <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jackie_Chan" target="_blank">acrobacias como Jackie Chan</a></b> para conseguir o metro quadrado daquela peça que está quase de graça e pode servir para costurar o vestido da neta que nem tem tamanho mas já quer mesada e sonha em viver a vida das adolescentes coloridas e vazias das novelas emburrecentes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A criação de tantas datas comemorativas para se gastar e liquidações coletivas que tentam revitalizar, com crediários tão longos quanto <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_epis%C3%B3dios_de_Os_Cavaleiros_do_Zod%C3%ADaco" target="_blank">a saga dos Cavaleiros do Zodíaco</a></b>, a ressaca das compras anteriores diminuem cada vez mais a duração dos intervalos entre os períodos de consumo em massa e tudo parece não ter limites. Se devemos mesmo comprar alguma coisa porque é dia das mães, pais, namorados ou do amigo, o que teríamos que fazer no dia do cliente? Se no dia do professor não é para se lecionar, poderíamos usar o dia do cliente para nada consumir e tirar esse momento para ao menos pensar nessa força invisível, tão poderosa quanto a de <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Darth_Vader" target="_blank">Anakin Skywalker</a>, </b>que tanto nos manipula e pode trazer tantos problemas quando mal absorvida. Por fim, estar consciente de que algo pode estar errado já é um começo e fica aqui o recado. É como diria <b><a href="http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/ver/falcao" target="_blank">Falcão</a></b>, em uma de suas várias e geniais estrofes:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><i>"Eu não tenho culpa se a programação</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tenta a todo custo me tornar um jumento</i></div><div style="text-align: center;"><i>A ponto de fazer eu passar 36 meses</i></div><div style="text-align: center;"><i>Pagando a geladeira sem ter o que botar dentro"</i></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até a próxima compra. Digo ... post. :)</div></div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-56149314183006116942011-09-07T12:30:00.000-07:002011-09-08T01:17:06.005-07:00Desconectando o Gerúndio<a href="http://4.bp.blogspot.com/-bm7ob4Q2vZM/TmeTecUk_dI/AAAAAAAAAJY/C0VMbqaKwhc/s1600/disconnected.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="http://4.bp.blogspot.com/-bm7ob4Q2vZM/TmeTecUk_dI/AAAAAAAAAJY/C0VMbqaKwhc/s320/disconnected.jpg" width="320" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">Dias atrás, dava início a mais um longo dia de trabalho quando, de repente, a notícia: A INTERNET CAIU!!! Minutos depois, o agravante: Não apenas a grande rede mundial como também todo o funcionamento de smartphones, aparelhos xingling e boa parte da telefonia móvel da cidade estava comprometido. Ainda era cedo e muitos nem haviam tomado café pois deixavam isso pra o ambiente de trabalho ou barracas de caldo de cana nas esquinas e calçadas. Só que nessa altura dos acontecimentos, nada mais importava. A fome, a sede e a vontade de usar escondido o banheiro do chefe, além de outras necessidades da humanidade, eram apenas detalhes sem importância diante do quadro cabalístico de comoção, histeria coletiva e crises de abstinência que começavam a se multiplicar num cenário similar<b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_sobre_a_Cegueira" target="_blank"> à famosa obra de Saramago</a></b><br />
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<i>"Não consigo trabalhar assim!!!"</i>, gritavam alguns sem nem mesmo notar que raramente acessavam à rede para suas atividades de trabalho. Entretanto, era obsessivamente necessária a onipresença da mesma para "tragadas virtuais" que se alternavam de forma intermitente entre cada tarefa do cotidiano de maneira cada vez mais simbolicamente parecida com as vidas de <b><a href="http://imdb.com/title/tt0133093" target="_blank">Neo, Trinty e Morpheus</a></b>. O cheiro do café já não era mais o mesmo sem o piscar estroboscópico das janelas de bate-papo. A disposição de cores planejadas do escritório estava cinza sem o colorido das fotos expostas nos sites de relacionamento. A dor de não saber se novos emails clamavam para preencher as caixas de entrada era pior que assistir os dois tempos <b><a href="http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/2011/08/10/o-brasil-de-mano-e-de-ricardo-teixeira-passou-vergonha-diante-da-alemanha-a-selecao-esta-cada-vez-pior-um-ano-foi-perdido-saude-mano-menezes/" target="_blank">dos jogos da seleção</a> </b>e o colega ao lado já não era mais tão divertido sem ter como garimpar vídeos interessantes do Youtube.</div><div style="text-align: justify;"><br />
<i>Twiteiros </i>profissionais, já em estágio terminal desse mal, conectados permanentemente com o gerúndio, viviam a pior situação. Palma das mãos suadas seguravam apreensivamente o <i>smartphone </i>de teclas já borradas pelo excesso de uso. <i>Por quê!?! Por quê!?! </i>, gritavam eles. Eles não queriam mais informar o que tinham feito ou o que iam fazer. Precisavam desesperadamente dizer <u>o que estavam fazendo</u>. Em tempos em que muitos não conseguem mais ficar desconectados, por um minuto sequer, a pane serviu para refletir o caminho que estamos tomando. Novos tempos, onde o aumento considerável na velocidade, capilaridade e democratização da informação mudou e muda continuamente o mundo e as pessoas. Isso é muito bom, mas também pode ser muito ruim.<br />
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Hoje mesmo, é feriado. Só pra variar, está um dia lindo e o nosso mar azul turquesa me chama. Despeço-me para uma caminhada <u>deixando</u> o link de um vídeo divertidíssimo que mostra como seria <b><a href="http://blogdotas.terra.com.br/2011/04/19/a-vida-sem-internet/" target="_blank">nossa vida sem internet</a></b>.<br />
<i>Até o próximo post. </i></div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-15070035845133324522011-09-05T11:47:00.000-07:002011-09-25T06:47:07.399-07:00Quando parece que vai acabar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-2ZsN8Thtxak/TmPZYdGPObI/AAAAAAAAAJI/ZjRYlWjThjQ/s1600/jeneci1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://2.bp.blogspot.com/-2ZsN8Thtxak/TmPZYdGPObI/AAAAAAAAAJI/ZjRYlWjThjQ/s320/jeneci1.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Há cerca de uma semana, Marcelo Jeneci, Laura Lavieiri e banda <a href="http://www.continenteonline.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6555:marcelo-jeneci-faz-show-esse-fim-de-semana-na-casa-de-seu-jorge&catid=42:cultura-em-destaque&Itemid=65"><b>tocaram de forma bem modesta e intimista na cidade de Recife</b></a>, aqui pertinho de nós. Infelizmente, descobri isso apenas algumas semanas depois de ser apresentado "musicalmente" a esse formidável trabalho por intermédio de grandes amigos nossos do sul do país. Porém, depois fazer algumas ligações para outros amigos (esses moradores da <b><a href="http://www.brasil.com.br/estado/pernambuco/post/recife-a-veneza-brasileira">Veneza Brasileira</a></b>) descobrimos que todos os ingressos haviam se esgotado, horas depois de anunciado o show (diga-se de passagem, de forma bem modesta e despretensiosa, unicamente através da WEB e redes sociais). Assim, tivemos que desarrumar as malas velhas de guerra, que já estavam quase prontas, achando que pouca gente (ou quase ninguém) conhecia o maravilhoso trabalho do artista paulista (filho de pernambucanos) que lançou no fim do ano passado seu primeiro álbum, "feito pra acabar".<br />
Durante sua infância e adolescência, Jeneci consumia as músicas de Roberto Carlos, Alceu Valença, Jean-Michael Jarre e trilha sonoras de cinema enquanto, paralelamente, observava seu pai consertar instrumentos musicais de artistas como Dominguinhos (que deu a ele seu primeiro acordeon) e outros grandes nomes da música nacional. Aos 17 anos, surgiu a chance excursionar na Europa com a banda de Chico César, uma oportunidade agarrada que o levou para um caminho sem volta. Além dessa experiência, a participação em trabalhos de Arnaldo Antunes, Elza Soares e Vanessa da Mata, para quem ele compôs <a href="http://www.youtube.com/watch?v=4wegmGMUunk&ob=av2n"><b>um de seus grandes sucessos</b></a>, amadureceu um futuro compositor, que tempos depois, ouvindo o maravilhoso álbum "Ventura" dos Los Hermanos decidiu que deveria comprar um violão e começar a compor.</div><div style="text-align: justify;">Nasceu assim, no final de 2010, " feito pra acabar". Imaginem uma mistura dos sons Arnaldo Antunes, Los Hermanos, <b><a href="http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/0,,EMI79354-15382,00-NA+COLA+DO+REI.html">Roberto Carlos</a></b> e tudo que há (ou houve) de bom no então carente e agonizante pop/rock nacional. No entanto, seria muito injusto falar apenas de Jeneci (apesar dele ser o compositor, músico, líder e tudo mais) nesse grande marco musical. Laura Lavieiri é sua parceira musical e canta com seu esplendoroso timbre vocal em várias músicas com o artista, segurando ainda a responsabilidade sozinha com maestria em algumas momentos marcantes do álbum (como é o caso da faixa Longe). Sou suspeito para falar pois prefiro muito mais ouvir músicas com vocais femininos<b> </b>(sejam esses em <b><a href="http://capimnomeiofio.blogspot.com/2011/04/isobel-mark.html">dupla</a></b>, <b><a href="http://capimnomeiofio.blogspot.com/2011/06/pequena-notavel.html">docemente inocentes</a></b> ou <b><a href="http://capimnomeiofio.blogspot.com/2011/04/julieta.html">liricamente poderosos</a>) </b>para esse tipo de estilo musical mas o que essa moça faz abrilhanta ainda o grande trabalho de Jeneci. Tanto que já se cogita que o próximo trabalho terá <b><a href="http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-voz-de-seu-duplo-laura-lavieri,635375,0.htm">os nomes dos dois</a></b>, diante da sintonia de suas performances.</div><div style="text-align: justify;">Como diz o título do post, estava começando a achar que nada mais iria empolgar musicalmente em termos nacionais e meus ouvidos vinham vivendo de passado mais do que o Edson Arantes. Ainda bem que a vida sempre nos prega essas peças mostrando como tudo pode ter um recomeço e renovação. Para aqueles que queiram conhecer esse belo trabalho, comecem pelas músicas Felicidade, Café com Leite de Rosas, Pra Sonhar e Dar-te-ei, deixando como a cereja do bolo a última faixa que dá título ao trabalho ... "Feito pra Acabar"</div><br />
<div style="text-align: justify;">Se o mundo estiver acabando um dia, vou querer ir embora ouvindo essa canção ... Perfeita.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-31513292237609096002011-08-27T14:01:00.000-07:002011-08-28T13:41:05.165-07:00Viagem ao Centro da Terra<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-tzntybVz-ck/TlgsUZo1bTI/AAAAAAAAAJA/swrW_GfQdug/s1600/010910feira1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/-tzntybVz-ck/TlgsUZo1bTI/AAAAAAAAAJA/swrW_GfQdug/s320/010910feira1.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">É parafraseando <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Verne"><b>Júlio Verne</b></a> que inicio esse <i>post </i>por conta de um acontecimento que já considero um marco na história de nossa cidade. No início desse mês de agosto, caiu o <b><a href="http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/03/15/ult5772u3239.jhtm">forte movimento de resistência</a></b> por conta do projeto do <b><a href="http://www.maceio.com.br/noticias/vlt-feirantes-devem-deixar-feira-do-rato-ate-o-proximo-final-de-semana">VLT</a></b> e a famosíssima Feira do Rato foi <b><a href="http://www.tribunahoje.com/noticia/2897/cidades/2011/08/07/smccu-destroi-barracas-da-feira-do-passarinho-para-a-passagem-do-vlt.html">destruída</a></b> pela SMCCU, <b><a href="http://smccu.maceio.al.gov.br/">um órgão de nossa prefeitura</a></b> que tem em parte de sua sigla o termo "Convívio Urbano", mas precisa rotineiramente executar tantas <b><a href="http://cadaminuto.com.br/noticia/2011/04/28/superintendente-da-smccu-fala-sobre-retirada-dos-ambulantes-do-centro">tarefas ingratas</a>, </b>contra principalmente, uma das atividades mais humildes, representativas e perseguidas do país: os vendedores ambulantes.<br />
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</div><div style="text-align: justify;">Tudo bem. Eles não pagam impostos como os comerciantes regularizados, mas já existem leis e iniciativas para tentar <b><a href="http://empreendedorindividual.sp.sebrae.com.br/OqueE.aspx">resolver essa situação</a></b> no país da tributação. No entanto, o profissional carinhosamente chamado por muitos de "camelô", além de movimentar boa parte da economia brasileira, traz consigo algo ainda mais forte: São altamente folclóricos e caricatos, inventando bordões e fornecendo produtos financeiramente muito mais próximos do alcance das camadas populares. No caso da Feira do Rato o impacto de sua extinção é ainda mais doloroso, uma vez que além dos seus vendedores e clientes, a feira por si só tinha um carisma próprio e único, influenciando até no tráfego naquele trecho da cidade. Era fantástico observar quando, boa parte das mercadorias lá comercializadas e postas para venda no meio dos trilhos do trem que cruzava o lugar precisava ser ajustada ao sinal da chegada do esfumaçante, suado e decadente meio de transporte. Apesar do eterno perigo e da milimétrica distância entre trilhos e barracas, que beijavam a porta dos vagões a cada uma de suas passagens, o ritual de arrumação e desarrumação de cada um dos kits de venda nesses instantes sempre dava certo e também era algo que já poderia ter sido tombado como <b><a href="http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=107775">patrimônio imaterial </a></b>de nosso Estado. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Além desse aspecto peculiar, posso falar ainda mais e com muita propriedade sobre a Feira do Rato. Nasci, cresci, morei e estudei por muitos anos na fronteira entre os bairros da Ponta Grossa e Levada, lugares na periferia de Maceió. Durante o primário e o ginásio fazia todo dia o caminho de casa até a escola passando pelo efervescente shopping popular. Depois da aula, encarava a entrada no Core, no núcleo e âmago da Feira do Rato protegido, <b><a href="http://www.imdb.pt/character/ch0000139/">assim como Frodo</a></b>, apenas pela minha inocência <b><a href="http://emergencia190.com.br/ocorrencias/assaltos/2011/07/22/916/assaltantes-deixam-indio-nu-na-feira-do-rato">dos inúmeros perigos que me cercavam</a></b>. Tudo em nome de minha paixão pela leitura, já que lá dentro, no meio da bagaceira, tinha uma banca de revistas velhas que adorava visitar para ler, vender, comprar ou trocar revistas em quadrinhos. Uma de minhas grandes paixões até hoje e que serviram de base para minha veia literária. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É o fim da Feira do Rato. De suas peças para eletrônicos fora de linha, de seus relógios de origem duvidosa e acessórios "importados", das vendas dos clássicos espelhos de armação cor de laranja e pentes aredondados que cabem na palma das mãos. As roupas de confecção genérica que imitam grifes famosas vão agora para outra boutique em céu aberto e a Vigilância Sanitária terá outras barracas de passaporte para fiscalizar. Chega o fim de mais um cenário tão brasileiro e colorido como um <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chita_(tecido)">tecido de chita</a>. </b> Um lugar que dinamicamente se revestia todos os dias de tantos ritmos musicais, quase sempre capitaneados pelo som <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bob_Marley">politizado</a></b>, <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Tosh">transgressor</a> </b>e <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Gregory_Isaacs">romântico</a> </b>da <i>Reggae Music<b> </b></i>ou simplesmente pelo trabalho de artistas tão desconhecidos como tantos rostos que por lá viveram e passaram.<br />
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E que venha o VLT ... com sua velocidade e gelidez combinando com uma era onde tudo tem que passar cada vez mais rápido porque todos tem sempre pressa ... muita pressa.<br />
Só não sei mesmo porquê ... mas fica aqui a <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=KQ21tqKcrnY">nossa homenagem</a></b></div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-21190941416928279772011-08-24T16:38:00.000-07:002011-08-25T05:57:19.514-07:00Superior ao Tempo.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-wz-CZ7UT7-I/Tke1jv3mIdI/AAAAAAAAAI0/x77HPqxxik8/s1600/exercito.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="204" src="http://1.bp.blogspot.com/-wz-CZ7UT7-I/Tke1jv3mIdI/AAAAAAAAAI0/x77HPqxxik8/s320/exercito.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Verão de uma madrugada vazia e silenciosa na enluarada e solitária Avenida Fernandes Lima. Um dos lugares mais <a href="http://fabioamorim.blogsdagazetaweb.com/2010/06/03/av-fernandes-lima-e-seu-atual-transito-insuportavel/"><b>congestionados, barulhentos e atormentados</b></a> da cidade vivia repetidamente, na estreita faixa da meia noite à alvorada, um cenário bem diferente de sua rotina comercial. O cair de uma gilete no banheiro de qualquer um dos moradores <a href="http://www.bairrosdemaceio.net/site/index.php?Canal=Bairros&Id=31"><b>da Pitanguinha</b></a> (que bem podiam estar fazendo uma de suas famosas serestas) poderia ser ouvido por qualquer um de nós que vivesse o dia-a-dia do serviço militar e estivesse "de plantão" naquele dia, no 59º Batalhão de Infantaria Motorizado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em dias como esses, ficávamos 24 horas sem poder sair do quartel revezando nossos postos com outros dois companheiros numa escala 2 por 6. Ou seja, duas de guarda e quatro de pseudo descanso (pseudo porque as vezes nossos superiores imediatos usavam essas horas para nos solicitar faxinas e outras atividades de natureza educativa). Fui infeliz no sorteio e caí mais uma vez no famoso turno de 02:00 às 04:00 da manhã. Carinhosamente chamado de "Poca Olho". Além do inseparável <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/FN_FAL">Fuzil</a></b>, ninguém mais para acompanhar nossa jornada solitária de trabalho junto com nossos pensamentos fora de foco da adolescência. Como não estávamos no Iraque, Afeganistão ou qualquer outro lugar de natureza beligerante, a lista de preocupações e coisas para fazer, além ficar atendo ao seu posto, diminuía consideravelmente e assim, estratégias para o tempo passar mais rápido tinham que ser criadas. Tanto a nobre ciência da Astronomia amadora como outras atividades mais alternativas tinham seu espaço: Contar a quantidade de folhas das amendoeiras que caíam ao chão por minuto, observar quais companhias de ônibus tinham mais veículos passando naquele horário e identificar o intervalo de segundos entre o acender e apagar nas lâmpadas de postes com defeito eram alguns exemplos técnicas para alimentar o ócio. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O coturno sujo, gasto e cansado me pedia a cada segundo para continuar caminhando, mesmo que fosse em círculos, no pequeno espaço físico que tinha que tomar conta naquela madrugada de vigília. Era melhor que ficar parado e acabar encontrando <b><a href="http://www.fashionbubbles.com/biblioteca/20-anos-de-sandman-o-mestre-dos-sonhos/">Sandman</a></b>. As pernas também já não respondiam mais tão rápido àquela altura da semana, depois de uma marcha de 100km na semana anterior e as tradicionais atividades físicas do cotidiano quando, nos fins de tarde, corríamos pelo bairro do Farol subindo a Ladeira da Moenda sem parar de cantar as músicas mais pedidas por nossas <b><a href="http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=73">groupies</a></b>, que adoravam ver alguém de farda fazendo o que quer que fosse. Farda essa, com várias versões de acordo com a ocasião e necessidade: uniforme de gala, de educação física e vários outros. Naquele momento, usava a versão mais comum, com suas cores rajadas e acessórios que me ajudavam a controlar a fome e minha hipoglicemia por conta de seus bolsos profundos na calça que comportavam um pão francês amanhecido de cada lado e mais um punhado de bananolas (que em nossa época eram moeda de troca como cigarros nos filmes de penitenciária) para passar por mais um dia de trabalho com sentimento de dever cumprido.<br />
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</div><div style="text-align: justify;">Muitos dizem que nas situações de dificuldade, conhecemos as pessoas e lá conheci muito da vida e muitos bons amigos. Perdi o contato com a maioria deles mas queria que soubessem, que nesse 25 de agosto, dia do soldado, apesar de não termos servido nesse posto, lembrei daquele tempo.</div><div style="text-align: justify;">Um grande abraço pra vocês ... Até a próxima.</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-35167128330625032322011-08-21T16:52:00.000-07:002011-08-29T12:05:42.014-07:00Projeções de um Cinéfilo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-SGTvhMjdpdw/TlFmL6BvgKI/AAAAAAAAAI8/WokI7tns27U/s1600/pipoca2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="294" src="http://2.bp.blogspot.com/-SGTvhMjdpdw/TlFmL6BvgKI/AAAAAAAAAI8/WokI7tns27U/s320/pipoca2.jpg" width="320" /></a></div>E começa o filme ...<br />
Cadeiras com lugar marcado, encostos reclináveis e braços com porta-copos que nem sempre comportam os recipientes de refrigerante com mais líquido que meu tanque de combustível . Para complementar o saudável cardápio, os combos de pipoca de proporções maiores que meus baldes para estocar água nos dias de lavagem da caixa d'água do prédio. O Campo de visão agora é outro: limpo, claro e totalmente inalterado pelas grandes cabeças dos também pescoçudos que outrora sentavam na nossa frente, chegando minutos antes do filme começar. A acústica impecável, que não mais permite a intromissão dos acordes na praça da alimentação logo ao lado (uma vez tive que assistir Gladiador com MPB ao fundo) e a iluminação planejada que ambienta um clima finalizado por maravilhosas telas gigantes com projeções 3D para ver as legendas saindo do filme ou uma borboleta voando em nossa direção de vez em quando.<br />
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A experiência de ir ver um filme mudou muito com o passar dos anos e a chegada das super salas de cinema, que hoje funcionam nos <b><a href="http://capimnomeiofio.blogspot.com/2011/07/capim-no-shopping-center.html">shopping centers que odiamos amar tanto</a> </b>trazem uma falsa impressão de que não falta mais nada para a experiência de um cinéfilo ser inesquecível. No entanto, mesmo com tantas mudanças e evoluções tecnológicas, parece que algo ainda ficou faltando. O que será? Bons filmes? Às vezes sim, mas talvez não apenas isso. Há mais de vinte anos atrás existiam apenas, no lugar dessas fantásticas salas de entretenimento de hoje, <b><a href="http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2011/08/02/interna_gerais,242814/cinemas-de-rua-da-capital-amargam-esquecimento.shtml">os cinemas de rua</a></b> com seus diversos tipos de salas de projeção caracterizadas, basicamente, em três tipos:<br />
<ul><li>As Clássicas: Normalmente nos centro das cidades e funcionando em prédios imponentes que hoje <b><a href="http://www.dgabc.com.br/News/3874852/predios-de-antigos-cinemas-sao-descaracterizados.aspx">deram lugar a bingos ou espaços religiosos</a></b> e projetavam cada película como museus ostentando suas obras de arte. Recebiam seu público como espectadores de uma peça de teatro, com românticas cortinas cheias de mofo imperceptíveis a distância para misteriosamente esconder suas telas junto a um primeiro andar forrado de camurça vermelha numa frustrada tentativa de elegância que descia por terra quando as luzes se apagavam. O público que normalmente ocupava esse espaço era formado por pré-adolescentes exaltados, responsáveis por vários objetos não identificados que voavam nas cabeças daqueles do andar de baixo no apagar das luzes.</li>
<li>As Descoladas: Salas menores em lugares menos populares para a exibição de <b><a href="http://tudonahora.uol.com.br/noticia/agenda-cultural/2011/06/10/144017/comeca-maratona-de-exibicao-de-filmes-franceses-no-cine-sesi">filmes de arte</a></b>, <b><a href="http://tudonahora.uol.com.br/noticia/agenda-cultural/2011/04/14/137425/cinco-curtas-alagoanos-estreiam-no-cine-sesi">documentários</a>, </b>propostas mais ousadas como o <b><a href="http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1523042-16020,00-CINEFILOS+DE+MACEIO+APROVEITAM+SESSAO+CORUJAO.html">Corujão</a> </b>ou apenas aquelas obras de menor apelo comercial. Espaços muito aconchegantes e cheios de estilo que parecem nos transportar no tempo para várias décadas atrás, dando ao público uma sensação de ser muito especial. </li>
<li>As XXX-Rated: Salas mais barra pesada, localizadas normalmente em bairros mais humildes e coincidentemente em frente a pontos de ônibus. Além de<b><a href="http://www.palmalouca.com/reportagem/reportagem.jsp?id_reportagem=232"> filmes pornográficos</a></b> dos mais diversos tipos e com a maior variedade de espécies envolvidas nas cenas, exibindo também películas com outro tipo de ação, como as de lutas marciais ou aquelas sem qualquer tipo de trama, repletas apenas de tiroteios que já começavam segundos após seu início e que poderiam até se estender para depois do programa do lado de fora, dependendo do horário que terminasse a sessão.</li>
</ul><div>Hoje, <b><a href="http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=319612">poucos cinemas de rua ainda sobrevivem</a> </b> e a tendência é que não <b><a href="http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/cinema-de-rua-um-negocio-em-extincao">mais existam</a> ,</b>com o passar dos anos. Para mim, o que mais vai deixar saudade é a sensação que estes proporcionavam ao entrarmos e sairmos de seus domínios. As filas dobrando as esquinas sempre vão me remeter à década de 80 e os sucessos dos Trapalhões ou qualquer nova obra que Spielberg lançava nas férias de julho. Já quando tudo terminava e as luzes se acendiam, a fabulosa sensação de deixar as quatro paredes para encarar o vento no rosto, o entardecer e as primeiras estrelas no céu. Era uma sensação de continuidade da história, só que agora com outros atores e um novo cenário: Nós mesmos e nossas vidas ... com um pouco mais de magia.</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-50603827341657717012011-07-30T14:33:00.000-07:002011-08-07T17:57:20.015-07:00Dando Outro Sentido aos Sentidos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-g_ZGIDLdK2U/TjRepnBNbEI/AAAAAAAAAIc/_YlnsDFcHEA/s1600/pensamento-filosofico1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="182" src="http://3.bp.blogspot.com/-g_ZGIDLdK2U/TjRepnBNbEI/AAAAAAAAAIc/_YlnsDFcHEA/s320/pensamento-filosofico1.jpg" width="320" /></a></div>Para quê servem os nossos sentidos?<br />
Sobrevivência. Certamente uma das respostas para a pergunta.<br />
No entanto, existe uma função para os mesmos que todos já devem ter usado alguma vez, mas talvez nunca tenham parado para entender. Complicado? Nem tanto assim.<br />
Em dias de chuva como hoje, por exemplo, o cheiro da água que cai nas cidades de asfalto não me traz a mesma sensação já relatada num<b> <a href="http://capimnomeiofio.blogspot.com/2011/05/chuva-no-meio-fio.html">post anterior</a> </b>desse blog. E existe um motivo pra isso.<br />
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Acontece que algo em nossa mente associa nossos sentidos a sentimentos, lembranças e momentos de nossa vida e quando isso ocorre da maneira perfeita, fica pra sempre. Exemplos? Vamos lá ... :)<br />
<ul><li><b><i>Nos estudos: </i></b>Até hoje o <b>cheiro </b>de um caderno novo me leva de volta à infância para a época da volta às aulas no primário. A timidez atenuada pelo conforto de reencontrar rostos conhecidos ou o receio do primeiro dia em uma escola ou turma nova. No segundo grau, <b>o som</b> <a href="http://www.youtube.com/watch?v=gfsgXJQ0ebU"><b>do piano</b></a> de <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Clayderman">Richard Clayderman</a></b> que me faz achar até hoje que é o fim ou início do intervalo. Na universidade, a <b>visão</b> de nossas pegadas sobre o chão roxo dos<a href="http://umavidauniversitaria.blogspot.com/2009/01/brinco-de-viva.html"> <b>brincos de viúva</b></a> (ou <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jamel%C3%A3o">Jamelão</a> </b>para quem não é daqui) já foi tema de discurso de formatura e as músicas que tocavam no rádinho de pilha do cobrador imortalizaram pra mim uma viagem de 40 minutos de uma época que nunca vai se esquecida.</li>
<li><i><b>Nos esportes:</b></i> O apito do árbitro (bem diferente do silvo do guarda de trânsito que só me traz sensações ruins) e a sinfonia do atrito dos tênis deslizando pela quadra. Nosso <b>tato </b>sentindo o peso e a textura da bola e seu barulho característico. Seja quicando, batendo na rede, sendo chutada ou arremessada. A alegria de fazer parte de um time ou defender uma cor com aquele<b> gosto</b> salgado de suor deslizando por nossas têmporas até nossos lábios junto àquele sentimento de fim de batalha e dever cumprido.</li>
<li><i><b>Nas festas e celebrações:</b></i> Quem nunca ouviu o termo "a nossa música"? Não é a toa que muitos a chamam da língua universal. Músicas marcaram e marcam época. Retratam décadas, ideologias e sentimentos. Hinos representam nações, canções populares fizeram a revolução, ritmos contagiantes destruíram gerações e carnavais populares e nenhuma banda pode deixar de tocar <a href="http://letras.terra.com.br/roupa-nova/63945/"><b>Roupa Nova</b></a> no fim das festas. </li>
</ul>Em suma, temos hoje tantas lembranças por causa de nossos sentidos mas podemos observar que todas essas associações foram criadas de forma natural, totalmente inconsciente. Assim, proponho o seguinte: Quer ficar com um sentimento pra sempre em você? Faça uso desse poder:<br />
Ao comprar sua primeira casa, tome um banho com um sabonete que você nunca usou;<br />
Prove uma refeição diferente para comemorar uma promoção ou a passagem no vestibular;<br />
Numa viagem especial, ouça uma música inédita;<br />
Para uma sensação que você não quer esquecer, perpetue esse momento, como se o tivesse colocado em uma garrafa mágica que pode esfregada quando quiser para voltar no tempo.<br />
E você? Tem algo especial armazenado pra sempre por causa desse poder?<br />
Bom ... hora de ir, vamos colocar um <a href="http://www.youtube.com/watch?v=82aj1Bg8FpA"><b>sonzinho</b></a> aqui pra lembrar de nossa última viagem. :)André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-75988069771449373152011-07-15T21:31:00.000-07:002011-07-16T17:38:39.837-07:00Reflexões Lítero-Musicais #1<a href="http://1.bp.blogspot.com/-lqKMTdtC4bI/TiEJv7xBgTI/AAAAAAAAAIY/vHYG2M2x2zE/s1600/shopping-center.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://1.bp.blogspot.com/-lqKMTdtC4bI/TiEJv7xBgTI/AAAAAAAAAIY/vHYG2M2x2zE/s320/shopping-center.jpg" width="320" /></a>Nada mais esquizofrênico que Shopping Center. Lugar que amamos odiar adorando, sem muitas vezes saber porque estamos sempre pondo nossos pés por lá. Coisa muito comum e inevitável de acontecer numa cidade cujas opções de lazer se resumem a praia, shopping ou barzinho. No último feriado inclusive, tivemos um prenúncio de fim do mundo, que deixou os habitantes da capital <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Caet%C3%A9s_(tribo)"><b>Caeté</b></a> se sentindo como personagens de <a href="http://www.omelete.com.br/cinema/critica-resident-evil/"><b><i>Resident Evil</i></b></a> ou <a href="http://www.omelete.com.br/cinema/eu-sou-a-lenda/"><b>Eu Sou a Lenda</b></a>. Todos os shopping fechados e dia sem sol. Assim, por eliminação, enquanto alguns esperavam o pôr do sol pra interagir com as criaturas da noite a partir do catalizador social universal (ou simplesmente "mé", como diria <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mussum"><b>Antônio Carlos</b></a>) outros promoviam uma série de suicídios coletivos pela cidade a partir de pontos clássicos <b><a href="http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20091211045927AAHyc40">para essa opção</a>, </b>como por exemplo nosso querido clássico <a href="http://gazetaweb.globo.com/v2/gazetadealagoas/texto_completo.php?cod=127097&ass=11&data=2008-04-27"><b>Edifício Breda</b></a>.<br />
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Voltemos no entanto ao tema principal do <i>post </i>pois tenho essa mania irritante de fazer ALT+TAB cerebral e fugir do assunto o tempo todo (esqueçam o comentário se não trabalharem muito com computador mas é que uso muito essa expressão). Nessa semana tivemos <a href="http://espalhai.tudonahora.com.br/2011/07/inauguracao-cinemas-kinoplex-no-maceio-shopping/"><b>a inauguração de um novo complexo</b></a> de salas de cinema que vem a oferecer mais opções de lazer no que tange a sétima arte por aqui. Esse fato, junto com a estréia do último episódio da saga quase infinita de Harry Potter (que só perde em capítulos para as séries Sexta Feira 13 e Cavaleiros do Zodíaco), acabou populando ainda mais esse que é um dos pontos de encontro mais utilizados pela sociedade atual. Assim, como tive que resolver assuntos por lá, comecei a observar as características desse bioma e os espécimes que o ocupam, acabando por notar como poderia ser interessante uma reflexão <a href="http://www.kplus.com.br/materia.asp?co=178&rv=Gramatica"><b>Lítero-musical</b></a> sobre o tema. Sigamos então ...<br />
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O barulho coletivo das multidões se propaga por tetos cada vez mais altos e claros que equilibram a visão claustrofóbica de corredores acelerados, escadas em câmera lenta e o cheiro simultaneamente selvagem e cosmopolita da <a href="http://veja.abril.com.br/noticia/saude/junk-food-pode-ser-tao-viciante-quanto-heroina"><b><i>junk food</i></b></a> que sintetiza com fidelidade a "limpeza suja" de um shopping center. No entanto, além do som provocado por seus habitantes, podemos também dizer que trilhas sonoras características podem ser detectadas para cada uma das inúmeras áreas desse lugar, como citamos a seguir:<br />
<ul><li> A elegância do<b> Jazz Levemente Nervoso</b> e aparentemente sem sentido dos toaletes para ajudar na fluidez de nossos problemas e que ainda é contraposto com o banho de gato de funcionários de algumas lojas que se aproveitam dos horários de menos pico para revelarem outras funções para as pias e secadores de mão e se sentirem menos destruídos pelo ritmo de trabalho tão <i>Hardcore</i>. </li>
<li>O infinitesimalmente cruel <b>Punk Rock Infantil</b> dos ambientes frenéticos de <i>Game Station. </i>Ritmo desenvolvido cuidadosamente em laboratório e hoje utilizado mundialmente pelos pais, que fazem seus filhos cada vez mais hiperativos gastarem suas energias como se não houvesse amanhã, para depois dormirem como anjos em casa.</li>
<li>As músicas <b>Pop Chiclete Consumista,</b> usadas principalmente em grandes lojas âncora de departamento que tanto hipnotiza as pessoas fazendo-as mais uma vez abraçar o demônio gastador (sempre acabo falando nele :) ) e enfrentando filas enormes para abandonar velhas peças novas (abarrotadas em casa) por novas peças velhas (em breve nas ruas e vitrines).</li>
<li>O <b>Tecno Pseudo Descolado</b> das lojas esportivas e/ou principalmente franquias de venda de óculos escuros (ou eyewear, como eles preferem) que fazem seus vendedores pularem, dar cambalhotas, dançar e sorrir sem parar para os clientes, tentando virar nossos amigos de longa data em segundos e passar a mensagem de que só seremos felizes como eles se comprarmos seus produtos.</li>
</ul><div>Enfim, seriam muitas trilhas sonoras mas devo ficar por aqui pois o objetivo dos textos nesse espaço é nunca ser muito grande e além disso, já está tocando em minha cabeça a música de ir embora. Igual aquela quando o Shopping vai fechar, você já ouviu? Um horror ... Até a próxima! :)</div>André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7006311476110234740.post-33800963761749755002011-06-25T15:07:00.000-07:002011-06-26T11:34:34.406-07:00A Pequena Gigante Natalia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-cj9VbbuR_kM/TgZS8VhNf0I/AAAAAAAAAIQ/CyDi0GJawfY/s1600/Capim+natalia-lafouracade.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-cj9VbbuR_kM/TgZS8VhNf0I/AAAAAAAAAIQ/CyDi0GJawfY/s320/Capim+natalia-lafouracade.jpg" width="213" /></a></div>Dando um tempo nas crônicas urbanas e reflexões, me volto para escrever essa breve <i>reseña </i>sobre a artista cujo som atualmente passa mais tempo nos meus ouvidos. Natalia Lafourcade é uma cantora/compositora/instrumentista mexicana com descendência franco-chilena, jeito e tamanho de criança mas que faz um trabalho de gente grande. Parece até que tem uma orquestra sinfônica na cabeça dessa artista singular cujas músicas, em alguns momentos, me lembram muito em sonoridade, atitude e (principalmente) criatividade, a estupenda islandesa <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bj%C3%B6rk"><b>Björk</b></a>.<br />
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Lafourcade já tem 4 álbuns lançados. O primeiro já em carreira solo lançado quando ela tinha acabado de completar 18 anos, o segundo "<a href="http://www.cduniverse.com/search/xx/music/pid/6877616/a/Casa.htm"><b>Casa</b></a>" (muito bom por sinal com pitadas de bossa nova, jazz e rock indie) com sua breve banda "La Forquetina" e o terceiro (novamente em carreira solo), altamente experimental, uma vez que "Las Cuatro Estaciones Del Amor" é totalmente instrumental e desafiador aos nossos ouvidos com apenas quatro sinfonias cujos títulos (Verano, Otoño, Invierno e Primavera) parafraseam a eterna obra de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Vivaldi"><b>Vivaldi</b></a>, só que (guardada as devidas proporções) sob o olhar de uma brihante menina mexicana ao invés da perspectiva Barroca do gênio italiano. Por fim, no ano de 2009, Natália lança o álbum cujo título não gosto muito (<a href="http://www.mehaceruido.com/2009/07/resena-natalia-lafourcade-hu-hu-hu/"><b>Hu Hu Hu</b></a>) mas é para mim sua <a href="http://www.elporvenir.mx/notas.asp?nota_id=313287" style="font-weight: bold;">obra prima</a> e encontro de sua identidade musical. O conteúdo desse trabalho revela sua ousadia e talento em pérolas como: <i>Cursis Melodias, Let´s get out</i> (ela canta algumas em inglês com um sotaque carregadíssimo e maravilhoso), <i>Ella es Bonita</i> (a preferida de Agdinha) e a cereja do bolo: <i>Hora de Compartir</i>. A letra, a melodia, a originalidade e o conjunto de tudo nessa canção, como diriam os espanhóis ... <i>me encánta!!!!</i><br />
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O som produzido pelas guitarras, violão, baixo, bateria, percurssões, acordeon e piano, fundidos com o experimentalismo de Vibrafones (<b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vibrafone">sou louco por esse instrumento</a></b>), clavinetes e <i>backing vocals</i> contagiantes, além da deliciosa sonoridade do idioma español (nas vozes femininas, claro) com letras e atmosfera onírico-mambembe que parecem ter saído de um livro de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lewis_Carroll"><b>Lewis Carrol</b></a> ou dos <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tim_Burton">filmes</a> </b>de <b><a href="http://www.timburton.com/">Tim Burton</a> </b>produzem uma obra magnífica (talvez de difícil digestão inicialmente, mas apaixonante quando se dá tempo para absorver). La pequeña Lafourcade é tudo isso e muito mais! O novo CD já está sendo produzido e enquanto isso a vemos participando dos shows de sua colega e compatriota (como tem gente talentosa nesse país! ) <a href="http://capimnomeiofio.blogspot.com/2011/04/julieta.html"><b>Julieta Venegas</b></a>, a quem eu devo o descobrimento de Natalia, que participou de seu DVD Acústico.<br />
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Infelizmente por algum motivo de direitos autorais, dá um pouco de trabalho de ouvir o trabalho de Natália, já que boa parte de seus vídeos no Youtube estão bloqueados pela Sony ou outras entidades do mundo áudio visual não sei por qual motivo. De qualquer forma, seguem os links de duas músicas de seu trabalho mais recente, descrito já nesse post:<b> "<a href="http://www.youtube.com/watch?v=Q_7r2T0vO1I">Ella es bonita</a>"</b> e "<b><a href="http://www.youtube.com/user/NataliaLaFourcade?blend=7&ob=5#p/c/5F92A5550F076B41/1/6jx4YXykPYQ">Cursis Melodias</a>"</b>, além de um vídeo da música <b> <a href="http://www.youtube.com/user/NataliaLaFourcade?blend=7&ob=5#p/c/5F92A5550F076B41/8/Yo0MYpoJXVQ">"Casa"</a> </b>da época de sua banda La Forquetita.<br />
Além disso, para quem está afim de estudar español e quer conhecer um pouco mais a artista, segue uma entrevista com a mesma no site <a href="http://www.mehaceruido.com/2009/04/entrevista-natalia-lafourcade/"><b>Me Hace Ruido</b></a>!<br />
Hasta muy pronto amigos! :)André Linshttp://www.blogger.com/profile/15432752769401863990noreply@blogger.com2