Dias atrás, dava início a mais um longo dia de trabalho quando, de repente, a notícia: A INTERNET CAIU!!! Minutos depois, o agravante: Não apenas a grande rede mundial como também todo o funcionamento de smartphones, aparelhos xingling e boa parte da telefonia móvel da cidade estava comprometido. Ainda era cedo e muitos nem haviam tomado café pois deixavam isso pra o ambiente de trabalho ou barracas de caldo de cana nas esquinas e calçadas. Só que nessa altura dos acontecimentos, nada mais importava. A fome, a sede e a vontade de usar escondido o banheiro do chefe, além de outras necessidades da humanidade, eram apenas detalhes sem importância diante do quadro cabalístico de comoção, histeria coletiva e crises de abstinência que começavam a se multiplicar num cenário similar à famosa obra de Saramago
"Não consigo trabalhar assim!!!", gritavam alguns sem nem mesmo notar que raramente acessavam à rede para suas atividades de trabalho. Entretanto, era obsessivamente necessária a onipresença da mesma para "tragadas virtuais" que se alternavam de forma intermitente entre cada tarefa do cotidiano de maneira cada vez mais simbolicamente parecida com as vidas de Neo, Trinty e Morpheus. O cheiro do café já não era mais o mesmo sem o piscar estroboscópico das janelas de bate-papo. A disposição de cores planejadas do escritório estava cinza sem o colorido das fotos expostas nos sites de relacionamento. A dor de não saber se novos emails clamavam para preencher as caixas de entrada era pior que assistir os dois tempos dos jogos da seleção e o colega ao lado já não era mais tão divertido sem ter como garimpar vídeos interessantes do Youtube.
"Não consigo trabalhar assim!!!", gritavam alguns sem nem mesmo notar que raramente acessavam à rede para suas atividades de trabalho. Entretanto, era obsessivamente necessária a onipresença da mesma para "tragadas virtuais" que se alternavam de forma intermitente entre cada tarefa do cotidiano de maneira cada vez mais simbolicamente parecida com as vidas de Neo, Trinty e Morpheus. O cheiro do café já não era mais o mesmo sem o piscar estroboscópico das janelas de bate-papo. A disposição de cores planejadas do escritório estava cinza sem o colorido das fotos expostas nos sites de relacionamento. A dor de não saber se novos emails clamavam para preencher as caixas de entrada era pior que assistir os dois tempos dos jogos da seleção e o colega ao lado já não era mais tão divertido sem ter como garimpar vídeos interessantes do Youtube.
Twiteiros profissionais, já em estágio terminal desse mal, conectados permanentemente com o gerúndio, viviam a pior situação. Palma das mãos suadas seguravam apreensivamente o smartphone de teclas já borradas pelo excesso de uso. Por quê!?! Por quê!?! , gritavam eles. Eles não queriam mais informar o que tinham feito ou o que iam fazer. Precisavam desesperadamente dizer o que estavam fazendo. Em tempos em que muitos não conseguem mais ficar desconectados, por um minuto sequer, a pane serviu para refletir o caminho que estamos tomando. Novos tempos, onde o aumento considerável na velocidade, capilaridade e democratização da informação mudou e muda continuamente o mundo e as pessoas. Isso é muito bom, mas também pode ser muito ruim.
Hoje mesmo, é feriado. Só pra variar, está um dia lindo e o nosso mar azul turquesa me chama. Despeço-me para uma caminhada deixando o link de um vídeo divertidíssimo que mostra como seria nossa vida sem internet.
Até o próximo post.
Adorei André!! concordo e assumo q fiquei em pânico!!
ResponderExcluirAguardando o próximo post ansiosa!! bjus
É isso aí , André. De certa forma esse texto me faz lembrar do filme Idiocracia. Acho que não estamos tão distantes dessa profética obra.
ResponderExcluirMuito legal o texto. Lembrei de uma propaganda: http://www.youtube.com/watch?v=oHp4k3zwr0s
ResponderExcluirCada dia fica mais complicado largar este vício do acesso descompensado a novas tecnologias! Cada um em casa tem seu computador, tem mais de uma linha telefônica móvel - que nem mesmo sabe todos os números - mais de um e-mail, está em mais de uma rede social... Prefiro me conectar as pessoas, a gente... gente do bem, aos causos que elas contam e abrilhantam nossa vida, nos tornam mais experientes por estar compartilhando idéias, tendo contato. Cada um com seu vício não é? Valeu pela reflexão Dé!
ResponderExcluirMuito bom... é assim que percebemos como estamos dependentes e viciados do mundo virtual. E não nos deslubramos mais com o brilho do sol, as belas praias da nossa cidade e muitas vezes dos batepapos com os amigos numa lanchonete ou das reuniões na casa de um amigo. Adorei!! Mais uma vez parabéns!!
ResponderExcluirAcho que esse é o paradigma da vida moderna...
ResponderExcluirPor outro lado, como já foi provado pela ciência, os mais fortes e preparados sobreviverão...
Grande abraço...
André,
ResponderExcluirAcabei de receber seu email sugerindo o blog.Confesso que fiquei impressionada com seus dotes linguísticos, não que o julgasse desprovido da capacidade de dissertar, mas com tanta sensibilidade e fazendo uso de construções simbólicas interessantíssimas, sou sincera em dizer que nem supunha.
Adorei o blog e vou indicar... Ah, sua auto-descrição está perfeita, esse é vc mesmo kkkk
Quando à pane na net: são nesses momentos que notamos o quanto estamos cada vez mais dependentes e manipulados pela tecnologia e meios de comunicação/"interação".
Esquecemos de parar por alguns segundos e contemplar aquela mar azul e hipnotizante que está bem ali nos privilegiando em frente ao local de trabalho.
Que venham mais panes...kkk
Ednar Costa
Axo que me vi no meio nesse povo desesperado! Até dormindo tô "online" kkkkkkk
ResponderExcluirJá dava minhas voltinhas por aqui...Aguardando o próximo post =)
Mais um texto ótimo!
ResponderExcluirTenho acompanhado os textos do blog e estou, realmente, contente ao ler linhas do tipo.
Parabéns!
É meu caro Amigo
ResponderExcluirNa década de 80, ignoraram o "Blade Runner" por ser um filme anacrônico e de perfil degradante e perigoso... Alguém queria nos dizer algo, alertar-nos, preparar-nos. Para quê??? KKKKKKKKK
É André, fez-me lembrar o sucesso de Ridley Scoot... Afinal, eu entendi o recado: "Todas as pessoas, hoje, viraram 'replicantes'...
Sou louco por esse filme brother. Ainda vou escrever sobre ele por aqui. [ ]s
ResponderExcluirParabéns pelo texto e também pelo blog, André! Escreves mto bem!!!
ResponderExcluirEdnar me indicou o Capim No meio Fio... gostei mto!.. serei mais uma seguidora. Abração,
Neide Brandão (jornalista HGE)
Obrigado Neide. Vc será mais uma então a fazer o Capim crescer. Aguarde novos posts. :)
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