sábado, 25 de junho de 2011

A Pequena Gigante Natalia

Dando um tempo nas crônicas urbanas e reflexões, me volto para escrever essa breve reseña sobre a artista cujo som atualmente passa mais tempo nos meus ouvidos. Natalia Lafourcade é uma cantora/compositora/instrumentista mexicana com descendência franco-chilena, jeito e tamanho de criança mas que faz um trabalho de gente grande. Parece até que tem uma orquestra sinfônica na cabeça dessa artista singular cujas músicas, em alguns momentos, me lembram muito em sonoridade, atitude e (principalmente) criatividade, a estupenda islandesa Björk.

Lafourcade já tem 4 álbuns lançados. O primeiro já em carreira solo lançado quando ela tinha acabado de completar 18 anos, o segundo  "Casa" (muito bom por sinal com pitadas de bossa nova, jazz e rock indie) com sua breve banda "La Forquetina" e o terceiro (novamente em carreira solo), altamente experimental, uma vez que "Las Cuatro Estaciones Del Amor" é totalmente instrumental e desafiador aos nossos ouvidos com apenas quatro sinfonias cujos títulos (Verano, Otoño, Invierno e Primavera) parafraseam  a eterna obra de Vivaldi, só que (guardada as devidas proporções) sob o olhar de uma brihante menina mexicana  ao invés da perspectiva Barroca do gênio italiano. Por fim, no ano de 2009, Natália lança o álbum cujo título não gosto muito (Hu Hu Hu) mas é para mim sua obra prima e encontro de sua identidade musical. O conteúdo desse trabalho revela sua ousadia e talento em  pérolas como: Cursis Melodias, Let´s get out (ela canta algumas em inglês com um sotaque carregadíssimo e maravilhoso), Ella es Bonita (a preferida de Agdinha) e a cereja do bolo: Hora de Compartir. A letra, a melodia, a originalidade e o conjunto de tudo nessa canção, como diriam os espanhóis ... me encánta!!!!

O som produzido pelas guitarras, violão, baixo, bateria, percurssões, acordeon e piano, fundidos com o experimentalismo de Vibrafones (sou louco por esse instrumento), clavinetes e backing vocals contagiantes, além da deliciosa sonoridade do idioma español (nas vozes femininas, claro) com letras e atmosfera onírico-mambembe que parecem ter saído de um livro de Lewis Carrol ou dos filmes de Tim Burton produzem uma obra magnífica (talvez de difícil digestão inicialmente, mas apaixonante quando se dá tempo para absorver).  La pequeña Lafourcade é tudo isso e muito mais! O novo CD já está sendo produzido e enquanto isso a vemos participando dos shows de sua colega e compatriota (como tem gente talentosa nesse país! ) Julieta Venegas, a quem eu devo o descobrimento de Natalia, que participou de seu DVD Acústico.

Infelizmente por algum motivo de direitos autorais, dá um pouco de trabalho de ouvir o trabalho de Natália, já que boa parte de seus vídeos no Youtube estão bloqueados pela Sony ou outras entidades do mundo áudio visual não sei por qual motivo. De qualquer forma, seguem os links de duas músicas de seu trabalho mais recente, descrito já nesse post: "Ella es bonita" e "Cursis Melodias", além de um vídeo da música   "Casa" da época de sua banda La Forquetita.
Além disso, para quem está afim de estudar español e quer conhecer um pouco mais a artista, segue uma entrevista com a mesma no site Me Hace Ruido!
Hasta muy pronto amigos! :)

2 comentários:

  1. A cada dia confesso que o som dela me surpreende. É algo inovador, criativo, ousado. Confesso que meu estilo eclético de ser, tem como sua melhor parte, as músicas que ouvimos por sua influência. Obrigada por existir e por me fazer uma pessoa ainda melhor... Te amo :)

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