domingo, 29 de maio de 2011

Figuras de nosso Estado #4

Caminhar no centro de qualquer cidade é algo que realmente me faz sentir que, de alguma forma, estabeleci alguma conexão com aquele lugar. Talvez essa impressão seja por conta de minhas origens de longas caminhadas pelo centro, muito próximo do local onde cresci e estudei.
Lá temos a calorenta e impiedosa Rua do Sol se contrapondo com a rispidez de suas diversas agências bancárias (quer me torturar? Dá um jeito de me fazer passar 1h em um banco :( )
A embriaguez da Rua das Árvores, antítese da rua anterior, com sua luminosidade natural quase nula, chão tortuoso e aparentemente sempre úmido, que as pessoas sempre atravessam como personagens de um videogame, tentando ultrapassar os obstáculos oferecidos pelas barracas de tempero, raízes, frutas ou discos usados de vinil .
A armadilha em diversas cores das casas de fliperamas em frente à magistral Praça Deodoro, um dos lugares mais barra pesada (já tinha uma veia antropológica na época e uma curiosidade mórbida em ir pra lá ver garotos de minha idade terem suas fichas tomadas pelos maloqueiros da área) para se frequentar na inocente e romântica época pré-crack.
Na Rua Boa Vista, o clima boêmio do Palácio do Chopp (bar em funcionamento desde 1917 cujas mesas já foram ocupadas por personalidades como Graciliano Ramos e Jorge de Lima) e seus vizinhos engraxates, cujo clima se choca paradoxalmente com a proximidade dos sons agelicais da belíssima Igreja do Livramento, cercada por nossas queridas doceiras e seus tabuleiros de bolo de macaxeira, massapuba, pés-de-moleque e outras iguarias de milho.
Por fim, a alegria da Rua do Comércio!!! Independente dos problemas e mesmo sem dinheiro, lugar para andarmos felizes e de mãos dadas com o demônio gastador!!! Vamos comer pastel chinês com catchup doce do China, comprar besteira na banca de revista, olhar vitrines pomposas nos manequins anoréxicos e sem cabeça das lojas de confecção e tomar caldo de cana com salgado sentindo o cheiro dos self-services (excelente técnica utilizada para matar a fome sem gastar muito dinheiro) preparando suas refeições.
Concomitante a esse universo, se tivesse que escolher uma trilha sonora para tudo isso, posso dizer que não existe nada melhor que o som de Edmilson (conhecido por muitos como o cego do pandeiro).  O último personagem (pelo menos por enquanto) da série de figuras históricas tratadas nesse espaço.
Alguém tem noção do que é ficar sentado, sem enxergar, no meio de um sol escaldante (em torno dos 40ºC) tocando seus instrumentos (pandeiro, gaita e lata de leite em pó entre as pernas) e cantando sem microfone o dia todo? E com harmonia? Edmilson é pra mim um dos maiores artistas de rua da cidade. Um talento que já emocionou várias gerações com seus lamentos, cânticos de luta regados a lágrimas misturadas de suor e até mesmo músicas de deboche sobre os políticos locais e outros temas pertinentes da época.
Difícil alguém que já andou pelo centro de Maceió e não saiba de quem eu esteja falando. Não ando mais por lá como antes (uma pena e talvez por isso tenha ficado esses anos sem escrever), mas nas últimas notícias que tive ele ainda estava atuando, como podemos ver nessa matéria de dois anos atrás. Reverencio Edmilson não apenas por motivos folclóricos ou musicais. É algo bem mais profundo ...  envolve uma atmosfera criada em conjunto por diversos artistas na arte de sobreviver, contornada de forma inesquecível por seus versos e melodias. É algo que, uma vez absorvido, fica tatuado na alma pra sempre.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Figuras de nosso Estado #3

Paripueira é um município do litoral norte de Alagoas, situado cerca de 27km da capital. Lugar muito famoso por suas belas praias e período carnavalesco. Essa cidade, cujo nome significa em tupi "águas mansas" é o local de origem de nossa personagem de hoje: A Miss Paripueira, que de mansa não tinha nada.

Apesar do título, Ambrosina Maria da Conceição, falecida há mais de uma década, fez história mesmo na capital. Era em Maceió, mais especificamente no centro comercial da cidade, que sempre a encontrava em suas célebres performances. Em meados da década de 90, antes do divisor de águas causado na indústria fonográfica por conta de Shawn Fanning e seu aplicativo de compartilhamento de arquivos, gostava muito de andar pelo centro (lugar onde a cidade realmente mostra sua cara) e parar nas lojas de CD para garimpar promoções e novos lançamentos de meus artistas favoritos.

Sempre que chegava em alguma de minhas lojas favoritas ela estava lá.A cena era de fechar a rua do comércio. Ficavam todos parados por minutos olhando. Nossa Miss usava óculos enormes, colares e pulseiras coloridas, vestidos estampados e berrantes. Um visual visionário (que deixariam os adoradores do falecido e aclamado Alexander McQueen chocados) com uma atitude pungente e visceral.

Assim que a loja se abria e tocavam a primeira música para chamar a clientela, o som dos primeiros acordes junto com as palmas e gritos de funcionários de outras lojas (que até hoje usam esse recursos para chamar freguês por aqui, como quem tange galinha), fazia ela se danar a dançar ... fervorosamente ... e sem parar. Ela encarava de tudo: Forró, Axé, samba, pagode e até rock n´ roll e outras variações (uma vez pedi pra o atendente da loja mudar o cd e tocar o clássico Nevermind pra ver se ela parava e nada ... ela adorou :) ). Enfim, o que botassem pra moer ela traçava. Somente uma coisa a desconcentrava: Falar mal de seu "noivo" Fernando Collor. A Miss era apaixonada pelo homem e não admitia que ninguém falasse mal de seu amado. Ela literalmente rodava a baiana quando alguém o fazia e sua street dance ganhava ares de balé e luta contra inimigos invisíveis, parecendo até as famosas cenas do genial  Yuen Woo-ping (o coreógrafo chinês que revolucionou o cinem com pérolas como: The Drunk Master, Matrix, Kill Bill e outros clássicos de Jet Li e Jackie Chan)

Hoje nossa miss se foi, não existem mais lojas de CD e muita gente prefere ir ao shopping quando chega para conhecer uma cidade. Peço que continuem indo ao centro, as melhores fontes de inspiração estão por lá. Tanto que nosso próximo post vai falar um pouco mais sobre essa parte da cidade e uma das maiores figuras que lá já surgiu. Até lá. :)

domingo, 22 de maio de 2011

Figuras de nosso Estado #2

Saímos das linhas do trem, nas imediações do Mercado da Produção, para os típicos bares e restaurantes de nossa cidade, onde corremos para um dedo de prosa e apreciar a divina culinária local. Qualquer um que mora (ou já passou) por aqui já chegou a ver, ao menos uma vez, o personagem do post de hoje. Luis Eudes da Silva: o Rei do Suspiro.
Ao contrário do personagem do post anterior, não considero esse seu nome artístico tão legal. No entanto, parece ser o oficial pois foi o título que encontrei em dois sites jornalísticos locais sobre o mesmo. Só vi essas matérias um dia desses na WEB, quando decidi pesquisar para o post só que muito antes disso já admirava o trabalho daquele que chamava de "Nêgo do Suspiro". Achava essa alcunha muito mais enigmática e adequada ao personagem. Misterioso, educado, nunca faz alarde ao chegar, não usa microfone, bastante discreto (sinceramente, não consigo lembrar de alguma vez já ter ouvido sua voz) , sempre de terno e gravata e o mais importante: Possui o poder da onipresença.
É impressionante como ele está em todo lugar da cidade e já ultrapassou às fronteiras dos ambientes envolvidos apenas com a culinária. Perdi as contas de palestras, fóruns, congressos e outros eventos que acontecem por aqui e o encontro fazendo sucesso e vendendo seus suspiros e broas.
Para mim, poderia ser muito bem um dos personagem de Monteiro Lobato. Nunca o vi rindo, fazendo piada, nem se exibindo mas o fato é que, quando menos esperamos ele simplesmente está lá. Talvez seja por isso que minha esposa morra de medo da figura e fica agoniada quando ele aparece (quem conhece Agda deve estar se divertindo ao imaginar isso mas ela tem medo mesmo e toda vez que o vê me diz: "Mô, vamo embora! Ele chegou!!! ") durante nossos almoços nos fins de semana. Realmente, o título que imaginei para o personagem pode até parecer mais literário mas creio que não seria muito bom para os negócios. Até o próximo post. :)

sábado, 21 de maio de 2011

Figuras de nosso Estado #1

Pregoeiros são aqueles vendedores (de fruta, doce ou algum outro tipo de produto ou serviço fabricado/prestado de forma altamente amadora) que promovem sua estratégia de marketing e executam suas vendas de maneira única. Eles fazem algo tão genial que sua imagem acaba se tornando algo muito maior do que o que estão vendendo. Vou começar essa série de posts sobre folclore com um dos pregoeiros mais marcantes de nossa cidade até hoje: "O Galego do Veneno".
Genésio Rodrigues dos Santos trabalha há mais de 50 anos vendendo seus "venenos" sentado de maneira confortável e debochada, protegido do sol por uma sombrinha e falando o tempo todo ao microfone sua célebre frase: "Queeeeem quer veneno?"
A partir desse bordão, ele emenda outras pérolas como: "Façam fila, por favor!!!" , "Tem veneno pra todo mundo" e outras tiradas que dêem a entender que o negócio está bombando . No entanto, o fato é que nunca tem fila nenhuma pra comprar veneno e muita gente chega a dizer que os produtos vendidos não eram apenas aqueles anunciados pelo Galego, usados apenas para matar ratos, baratas e outros animais peçonhentos.
Sua imagem na rua do Mercado da Produção, ao lado dos trilhos do trem, já rodou o mundo e acredito que muitos lugares no mundo têm figuras assim  para animar nossos dias e trazer inspirações que se concretizem nos mais diversos tipos de manifestação cultural.
Como fui um privilegiado em minha infância, adolescência e mesmo até hoje ainda convivo com um grande número de personalidades desse naipe, devo seguir com outros posts sobre outras figuras parecidas em breve.

OBS: Queria deixar um link para um BLOG bem legal onde achei referências para esse post (incluindo a foto). O BLOG da Thay é um espaço super rico em referências sobre nosso Estado de cunho jornalístico e antropológico.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Cúmulos, crônicas e conexões

“Atenção srs passageiros do vôo 5832  com destino a Belo horizonte e demais conexões.  Dirijam-se imediatamente ao portão de nº 9. Passagem preferencial para idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo e portadores de cartão de fidelidade mega master golden plus”
Ao ouvir essa chamada em nosso portão de embarque e verificar que ainda não era nosso vôo e que sequer tinham começado a chamar os passageiros de nossa “categoria” , decidi que o melhor a fazer era continuar observando a vida dos outros e começar a escrever para passar o tempo.

Na sala de espera, a equipe de comissários e aeromoças ainda estava na fase intermediária do que chamo de “metamorfose aérea”. Adoro observar como eles ficam descontraídos conversando entre seus colegas da mesma espécie. Contam piadas, falam gírias,  alguns com cara de saco cheio, outros olhando torpedos no celular (já vi até uma comissária tirando catôta uma vez ... juro) e de repente, quando nos recebem no avião se transformam. Aquele sorriso esticado no melhor estilo coringa (Why ... so ... serious!!!! :D) e usando palavras educadas o tempo todo. Pedem desculpa até se você pisar do pé deles. Das duas uma: Ou entram numa espécie de transe ou ficam pensando o tempo todo em algum mantra para ter que agüentar tanto dejavu . De tudo o que acontece todo santo dia de expediente pra eles, nada deve mudar. Até mesmo os passageiros, que apesar de serem pessoas diferentes se comportam da mesma forma: Não estão nem aí para a fivela do cinto ou para o assento flutuante. Só querem chegar mais rápido em casa depois de comer muito confeito ou amendoins acompanhados de turbulências aterradoras e intermitentes.

“Srs passageiros do vôo 5832 com destino à Belo Horizonte e demais conexões. Dirijam-se ao portão 9.”

O Piloto é um caso a parte. Tanto que raramente consigo observá-lo no meio do resto do grupo antes de entrar na aeronave. É a estrela da turma. Consegue ser ainda mais curioso que todos os outros. Como uma pessoa consegue pilotar um avião e não sabe dar um aviso em inglês? Ou será que de sacanagem ele enche a boca de sucrilho e farinha e aposta com o co-piloto algum recorde de como falar cada vez mais rápido os avisos de sempre?

“Srs passageiros, última chamada para o vôo 5832 com destino à Belo Horizonte e demais conexões. Dirijam-se ao portão 9.”

Última chamada ... Era a quinta vez (nas minhas contas) que diziam isso. Incrível como brasileiro tem a cultura de não ser pontual. Mais incrível ainda como incentivam isso, pois observava os funcionários da empresa aérea aperreados falando: “Ainda faltam 16 ... 16!!!  Vou ver se acho mais alguém”. Fala de novo aí no som. Aí entra em cena o cara da voz: Um infeliz magrinho e tão baixo que quase subia no mic entoando um vozeirão totalmente desproporcional às suas dimensões. Um próprio Pavarotti (já observei que isso é bem comum tmb pois tinha na infância a mania de procurar o cara do supermercado que ficava anunciando as liquidações e sempre me decepcionar ao encontrá-lo e ver que não era parecido com o Elvis).

“Srs passageiros, última chamada para o vôo 5832 com destino à Belo Horizonte e demais conexões. Dirijam-se ao portão 9. Tô falando sério! Não vou chamar mais não!!!”


Enfim, vou terminar por aqui pois já estou tão cansado que nem sei mais se estou sonhando ou ouvindo o cara do som já com mais uma mensagem. Onde é que isso vai parar?

OBS : Inspirado por Alain de Botton, já que deixei (de forma proposital) para ler o último capítulo no livro (cujo título é “A Partida”) no fim de viagem, pedi para usar uma foto que Agda tirou com seu celular para ilustrar esse post. Ficou parecidíssima com a capa do livro.  Massa Não? Até o próximo post.

domingo, 8 de maio de 2011

Livro do mês: Maio

Chegamos ao mês das mães, das noivas e de tentarem nos induzir pelas propagandas e tendências capitalistas para gastar com presentes, festas e outras formas de manifestação do demônio gastador :) (minha esposa e amigas adoram essa expressão criada por um primo meu) . No entanto, essa é uma das piores épocas (pelo menos para mim) para conseguir gastar com o que mais me faz bem: Viajar.
Maio quase não tem feriados (e nesse ano o único foi num domingo) e nunca dá pra tirar férias e assim, para que possa exercer essa atividade que tanto me faz bem, decidi mergulhar na (inicialmente) difícil leitura do filósofo-escritor Alain de Botton e uma de suas mais famosas obras, uma vez que o autor tem várias outras publicações sobre os mais diversos assuntos (muitos deles aparentemente banais mas que podem nos levar a maravilhosas infinitas divagações sobre nossas vidas).
Em "A Arte de Viajar", De Botton criou uma obra única (pelo menos para mim e até o momento em meu curtíssimo portfólio de livros lidos) tanto quanto a forma de escrever (altamente reflexiva) como na forma que foram estruturados os capítulos e partes do livro. Foi uma sacada conceitual fantástica onde são fragmentadas as principais etapas e características de uma viagem (partida, aeroportos, postos de gasolina, hotéis,  paisagens, retorno,...) e cada uma dessas partes/capítulos tem um "guia" que compartilha esse amor pelas viagens junto com o autor, descrevendo várias partes do mundo que deveríamos conhecer através da suas óticas, ideais e profusão de sentimentos.
Lendo "A Arte de Viajar" aprendemos história, geografia, arte e ainda conhecemos melhor  (ou até descobrimos) a vida de personalidades fantásticas como Baudelaire e seus brilhantes e revoltados textos, Edward Hopper e suas pinturas introspectivas sobre solidão na multidão, William Wordsworth e o dualismo Cidade-Campo refletido em nossa qualidade de vida, o expressionismo de Van Gogh e várias outras coisas que vão fazer qualquer leitor relevar sobre suas prioridades na vida.
Enfim, estou devendo a alegria de ler esse livro à minha amiga Giovana, que deu a dica. Vou ter que economizar mais ainda pra comprar outras obras do autor enquanto não chega a hora de partirmos para nossa próxima viagem, que não está longe ...  É melhor ir arrumando as malas! :)

domingo, 1 de maio de 2011

Chuva no meio fio ...


Fiquei sem sono nessa madrugada ... Acho que por causa da chuva.
Entidade essa que me provoca diversos sentimentos desde criança, como por exemplo:

Medo - Qualquer chuva pesada como essas que estamos tendo agora na cidade, me faziam perder o sono na época que morávamos em nossa saudosa casa na Ponta grossa, que só tinha um defeito: Ser situada em um local onde quase todas as habitações ficavam cheias de água no inverno ou nas chuvas de verão. Água nas canelas dentro de casa é uma sensação que não desejo pra ninguém. :(

Paixão -  Sempre adorava jogar futebol na chuva quando criança. Achava altamente poético e heróico. Principalmente quando marcava algum gol ou ficava de goleiro e tinha um dia iluminado pegando toda bola  que viesse. Seja ela canarinho, dente de leite ou qualquer outra marca de acordo com a fase vivida. :)

Ódio - A cidade para quando chove. Falta energia, ruas ficam intransitáveis, lama por toda parte e chegamos todos molhados no trabalho e sem saber o que fazer com uma das peças mais complexas de se gerenciar já inventada pelo ser humano: o guarda-chuva.

Paz de espírito - O balançar das folhas, galhos e o cheiro que a chuva provoca em lugares com o chão de terra e paisagens muito verdes é algo indescritível. Um verdadeiro tranquilizante natural que me leva pra bem longe dos meus problemas

Embaraço- Sou péssimo em trabalhos manuais. Assim como algumas de minhas grandes frustrações como não saber desenhar nem tocar qualquer instrumento musical, se pintarem missões como consertar goteira ou qualquer coisa quebrada por causa da chuva, não contem muito comigo.

Catarse- Você já tentou nadar na chuva? É muuuuuuuito bom!. Não o fiz por capricho ou invenção. Simplesmente fiz dois anos de natação em uma piscina semi-olímpica descoberta. Era um dos melhores momentos do meu dia e quando chovia (principalmente se fosse torrencial) ficava melhor ainda. Não entendia porque alguns saíam de suas raias. Já estávamos molhados mesmo. :)

Enfim, poderia ficar eternamente aqui entre tantos sentimentos por várias linhas de texto. O fato é que, como não moro em uma cidade com as 4 estações do ano não posso escrever sobre os tipos de cristais dos flocos de neve, sobre as folhas secas e vermelhas do outono nem muito menos sobre o desabrochar da acácia japonesa.

Vivemos em uma cidade como apenas duas estações no ano: "Sol escaldante" e "Chuva de lascar". A transição entre as duas é bem tênue e às vezes estas se alternam tão matreiramente que nem dá pra saber em que mês estamos ... hum está estiando ... posso voltar a dormir de novo ... por enquanto.
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