sábado, 24 de setembro de 2011

Movimento Rápido dos Olhos


R.E.M.
Rapid Eye Movement.
Movimento Rápido do Olhos.
A sigla, que representa a fase mais profunda de nosso sono, quando estamos sonhando de forma mais  intensa possível, foi escolhida no início dos saudosos e brilhantes anos 80 para batizar a banda que, alguns dias atrás anunciou o fim de suas atividades, depois de um contribuição significativa e inesquecível ao pop/rock mundial. A escolha do nome não poderia ter sido mais perfeita, uma vez que é justamente assim que muita gente se sentiu durante todos esses anos escutando as estupendas canções dos talentosíssimos quatro (e depois três com a saída do baterista Bill Berry no fim dos anos 90) músicos Norte Americanos de Athens, Georgia.

É verdade que a banda não termina no seu apogeu criativo. Para mim, apesar de uma lista interminável de clássicos do rock alternativo nos anos 80 e de belíssimos hits produzidos nos últimos dez anos, suas obras-primas ficaram na década de 90, justamente o período que assinaram com uma grande gravadora e se tornaram mais comerciais, para alguns de seus fãs mais antigos. Quem já escutou o som acústico e divino de Automatic for the People (1992), as guitarras distorcidas de Monster (1994), a microfonia de New Adventures in Hi-fi (1996) e a doçura das baladas e letras de Up (1998) deve saber do que estou falando. E olhem que excluí dessa minha lista o trabalho que fez eles famosos para o mundo, lançado justamente nos anos 90. Out of Time (1991) com sua maravilhosa canção, Losing My Religion, de premiado videoclip que abalou o universo pop e os alçou de um status de banda alternativa para rockstars em poucos meses não os impediu de conservar, durante todos esses anos, uma característica interessante e muito típica do R.E.M. Eles sempre serão a banda que conseguia ser alternativa demais para o mundo POP e excessivamente popular para o universo underground. Além disso, sempre foram os caras fotogenicamente incompatíveis com os desejos de boa parte da mídia, frustrando a construção de um caminho de marketing que nunca combinou mesmo com eles. Por fim, diante de tamanha dualidade (que passou a ser até mais um motivo para me identificar tanto com o trabalho do conjunto, vide minha auto-descrição nesse BLOG) e talento, construiu-se a história do REM.  

O fim tinha que chegar ... e chegou.
Mas é o fim apenas da banda. O fim dos belíssimos backing vocals de Mike mills, dos precisos e inspirados acordes de Peter buck e da estupenda presença de palco, liderança e vocais de Michael Stipe, que tive o privilégio inclusive, de um dia ter visto ao vivo em sua última turnê que passou pela Brasil.
Porém, não é o fim do legado que eles deixaram, tanto para seus fãs como para tantas outras bandas influenciadas pelo REM. Ainda podemos contar com Fall on me, Everybody hurts, Drive, Find the river, Leave,  The one i love, At my most beatiful, It´s the end of the world e tantas outras doses de magia.
Basta apertar o play ... e seguir sonhando

3 comentários:

  1. Belíssimo texto, Dezito! Uma banda que unia grandes melodias e grandes composições. Destaco o álbum Green, de 1989, que traduz o período de transição entre o pop pós new wave dos anos 80 e o grunge do início dos anos 90 em canções sensacionais como "Pop Song 89" e "Stand".

    ResponderExcluir
  2. Sem comentários ao som "Finest Worksong" (minha favorita). O próprio título da música define a obra da banda, um belíssimo trabalho.
    Valeu, REM!!

    Fábio

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...