Ao ouvir essa chamada em nosso portão de embarque e verificar que ainda não era nosso vôo e que sequer tinham começado a chamar os passageiros de nossa “categoria” , decidi que o melhor a fazer era continuar observando a vida dos outros e começar a escrever para passar o tempo.

“Srs passageiros do vôo 5832 com destino à Belo Horizonte e demais conexões. Dirijam-se ao portão 9.”
O Piloto é um caso a parte. Tanto que raramente consigo observá-lo no meio do resto do grupo antes de entrar na aeronave. É a estrela da turma. Consegue ser ainda mais curioso que todos os outros. Como uma pessoa consegue pilotar um avião e não sabe dar um aviso em inglês? Ou será que de sacanagem ele enche a boca de sucrilho e farinha e aposta com o co-piloto algum recorde de como falar cada vez mais rápido os avisos de sempre?
“Srs passageiros, última chamada para o vôo 5832 com destino à Belo Horizonte e demais conexões. Dirijam-se ao portão 9.”
Última chamada ... Era a quinta vez (nas minhas contas) que diziam isso. Incrível como brasileiro tem a cultura de não ser pontual. Mais incrível ainda como incentivam isso, pois observava os funcionários da empresa aérea aperreados falando: “Ainda faltam 16 ... 16!!! Vou ver se acho mais alguém”. Fala de novo aí no som. Aí entra em cena o cara da voz: Um infeliz magrinho e tão baixo que quase subia no mic entoando um vozeirão totalmente desproporcional às suas dimensões. Um próprio Pavarotti (já observei que isso é bem comum tmb pois tinha na infância a mania de procurar o cara do supermercado que ficava anunciando as liquidações e sempre me decepcionar ao encontrá-lo e ver que não era parecido com o Elvis).
“Srs passageiros, última chamada para o vôo 5832 com destino à Belo Horizonte e demais conexões. Dirijam-se ao portão 9. Tô falando sério! Não vou chamar mais não!!!”
Enfim, vou terminar por aqui pois já estou tão cansado que nem sei mais se estou sonhando ou ouvindo o cara do som já com mais uma mensagem. Onde é que isso vai parar?
OBS : Inspirado por Alain de Botton, já que deixei (de forma proposital) para ler o último capítulo no livro (cujo título é “A Partida”) no fim de viagem, pedi para usar uma foto que Agda tirou com seu celular para ilustrar esse post. Ficou parecidíssima com a capa do livro. Massa Não? Até o próximo post.
Legal Bro!
ResponderExcluirO Melhor é quando você viaja em companhias que trabalham com vendas de lanches. Eles conseguiram criar a versão aeromoça do “Galego do Veneno”. Daqui a pouco eles vão ter a versão aeromoça do moleque do ônibus: “Eu podia tá matano, Eu podia tá roubano...”
Tchau!!