Faz tempo que sou muito fã do trabalho dos britânicos do Belle and Sebastian. Na verdade eles mereciam um post antes mesmo desse mas o fato (coincidência ou não) é que a fase dessa banda que mais adorava era justamente o período (1996-2002) que a escocesa Isobel Campbell contribuiu (os álbuns TigerMilk e When you´re feeling sinister são os meus favoritos) com seu violoncelo e maravilhoso timbre de voz. Depois de deixar o B&S, ela partiu para alguns trabalhos solo (que ainda vou falar por aqui) mas o que mais me enlouqueceu foi o resultado de uma parceria inusitada.
Isobel uniu suas delicadas cordas vocais com o vocal soturno (graças à genética e provavelmente muitas tragadas de cigarro. Taí uma boa utilidade para o tabaco :) ) de Mark Lanegan, ex vocalista da não tão conhecida banda grunge Screaming Trees. O resultado deu tão certo que eles já tem três trabalhos juntos (Ballad of the Broken Seas, Sunday at Devil Dirt e mais recentemente o álbum Hawk em 2010). A sonoridade dos álbuns da dupla é bem variada, passando pelos raízes norte-americanas do country, folk, blues e jazz (por conta de Lanegan) com um violão grave, pesado e agradabilíssimo aos ouvidos se fundindo à formação clássica de Isobel com suas composições e melodias maravilhosas com piano, violino, violoncelo, flauta e tantos outros instrumentos que fazem parte de sua cultura musical.
A fórmula "Bela e a Fera" não é nova. Lembro como eu adorava "Candy" com Iggy Pop e Katie Person do B-52s e como amava ainda mais (ainda amo mas fazia tempo que não ouvia) a música Where the Wild Roses Grow com Nick Cave e Kylie Minogue num outro dueto maravilhoso para o brilhante trabalho: Murder Ballads. Só que esse "casamento" de Isobel e Lanegan é que mais me preenche a alma no momento. Sabe uma coisa que te faz bem em ouvir? Que te dá paz? E outra ... o álbum combina muito com uma trilha para pegar a estrada. Como estamos planejando fazer isso em breve, já dá pra irmos ensaiando o clima ao som da dupla.
Para aqueles que se interessaram, recomendo que comecem ouvindo esse som por: Who Built the Road do segundo álbum da dupla: Sunday at Devil Dirt e depois sigam ouvindo todo o resto com calma, digerindo sem pressa. É um som arrebatador.
A insistência de ser verde onde era pra ser cinza. A dificuldade de estar entre o asfalto e a calçada. A determinação de sobreviver sem se adequar a tribos, tendências, conveniências e coletividades. Crônicas e reflexões sobre literatura, HQs, cinema, TV, música, viagens, folclore, esportes, cotidiano e contra-cultura em geral. Idéias de um escritor amador sob um olhar refém do azul turquesa de nosso mar, com o cérebro progressivamente degenerado pelo excesso de calor e a falta de opções ...
Mark Lanegan, ao lado de Chris Cornell, do Soundgarden, é uma das melhores vozes do grunge. O disco "Sweet Oblivion", de 1992, é um clássico.
ResponderExcluirSão dois vocais poderosíssimos mesmo. Obrigado por aparecer por aqui lil'sis
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