Chegamos ao mês das mães, das noivas e de tentarem nos induzir pelas propagandas e tendências capitalistas para gastar com presentes, festas e outras formas de manifestação do demônio gastador :) (minha esposa e amigas adoram essa expressão criada por um primo meu) . No entanto, essa é uma das piores épocas (pelo menos para mim) para conseguir gastar com o que mais me faz bem: Viajar.
Maio quase não tem feriados (e nesse ano o único foi num domingo) e nunca dá pra tirar férias e assim, para que possa exercer essa atividade que tanto me faz bem, decidi mergulhar na (inicialmente) difícil leitura do filósofo-escritor Alain de Botton e uma de suas mais famosas obras, uma vez que o autor tem várias outras publicações sobre os mais diversos assuntos (muitos deles aparentemente banais mas que podem nos levar a maravilhosas infinitas divagações sobre nossas vidas).
Em "A Arte de Viajar", De Botton criou uma obra única (pelo menos para mim e até o momento em meu curtíssimo portfólio de livros lidos) tanto quanto a forma de escrever (altamente reflexiva) como na forma que foram estruturados os capítulos e partes do livro. Foi uma sacada conceitual fantástica onde são fragmentadas as principais etapas e características de uma viagem (partida, aeroportos, postos de gasolina, hotéis, paisagens, retorno,...) e cada uma dessas partes/capítulos tem um "guia" que compartilha esse amor pelas viagens junto com o autor, descrevendo várias partes do mundo que deveríamos conhecer através da suas óticas, ideais e profusão de sentimentos.
Lendo "A Arte de Viajar" aprendemos história, geografia, arte e ainda conhecemos melhor (ou até descobrimos) a vida de personalidades fantásticas como Baudelaire e seus brilhantes e revoltados textos, Edward Hopper e suas pinturas introspectivas sobre solidão na multidão, William Wordsworth e o dualismo Cidade-Campo refletido em nossa qualidade de vida, o expressionismo de Van Gogh e várias outras coisas que vão fazer qualquer leitor relevar sobre suas prioridades na vida.
Enfim, estou devendo a alegria de ler esse livro à minha amiga Giovana, que deu a dica. Vou ter que economizar mais ainda pra comprar outras obras do autor enquanto não chega a hora de partirmos para nossa próxima viagem, que não está longe ... É melhor ir arrumando as malas! :)
A insistência de ser verde onde era pra ser cinza. A dificuldade de estar entre o asfalto e a calçada. A determinação de sobreviver sem se adequar a tribos, tendências, conveniências e coletividades. Crônicas e reflexões sobre literatura, HQs, cinema, TV, música, viagens, folclore, esportes, cotidiano e contra-cultura em geral. Idéias de um escritor amador sob um olhar refém do azul turquesa de nosso mar, com o cérebro progressivamente degenerado pelo excesso de calor e a falta de opções ...
As vezes (pra não dizer sempre) eu não entendo como alguns pessoas dão preferência em ter um carro novo, um celular da moda, ou uma roupa de grife, a fazer uma das coisas mais prazerosas e enriquecedoras na vida, que é viajar.
ResponderExcluirVai saber, né... ẃ como dizem: "Cada cabeça, uma sentença".